[Rio-pm] OT - Migração

Terça Março 18 22:20:05 PDT 2008

Puxa, dois dias e até agora ninguém comentou... ficou tão ruim assim?!

[]s

-b

2008/3/16 breno <breno em rio.pm.org>:
> Versão reduzida:
>
>  No FAQ da Rio-PM há algumas seções a respeito do tema (Perl é lento?
>  Perl é só para Web?), mas como isso nem arranha a superfície do
>  preconceito relacionado à linguagem, criei a seção  "Mitos e FUD" no
>  site da Rio PM, de modo a apresentarmos com argumentos sérios e não
>  tendenciosos rebates a cada uma das críticas relacionadas ao Perl 5. O
>  conteúdo está com a *MINHA* percepção do problema e da linguagem, e
>  não necessáriamente está completa ou abrangente o suficiente. Por
>  isso, conto com vcs todos para me ajudarem nessa, com comentários,
>  críticas, melhorias e, especialmente, divulgando em locais onde o medo
>  do Perl seja erroneamente espalhado. Preconceito é crime!!! :-P
>
>  http://rio.perl.org.br/mitos.pl
>
>  André, pode me passar algum material desses que citou? De preferência
>  os que tem código pra "provar". Fiquei interessado! Na pior das
>  hipóteses, concordo com eles. Na hipótese provável: eles escolheram
>  exemplos tendenciosos e poderíamos fazer o mesmo. Mas não vamos :-)
>
>  []s
>
>  -b
>
>
>  Versão longa e chata:
>
>  Esse é um tópico que infelizmente já foi muito discutido nessa e em
>  outras listas, algo como "mas se Perl é isso tudo, pq o Perl não
>  deslancha?"
>
>  Tem gente que acha que a comunidade Perl é como um Clube do Bolinha,
>  onde os poucos bem afortunados que descobrem as vantagens da linguagem
>  e conseguem dominá-la minimamente escondem e guardam esse poder apenas
>  para si ou para o pequeno anel brilhante e poderoso que é a comunidade
>  Perl (my $precious).
>
>  Tive um pouco dessa sensação em meu primeiro contato com Perl, quando
>  a página da Rio PM era estática e sem quase nenhuma informação - e
>  ainda assim era talvez uma das mais informativas do Brasil (afinal,
>  quem são eles? O que eles fazem? Será que involve o sacrifício de
>  belas virgens?)
>
>  Ao conhecer um pouco mais da comunidade, gostava de pensar que o Perl
>  era como o Budismo, isto é, damos liberdade ao ser humano ser/fazer o
>  que bem entender, sem interferir e cuidando do nosso. Quando ele
>  estiver pronto, virá naturalmente até nós - e então o receberemos de
>  braços abertos (daí o "new" receber sempre um "bless")
>
>  Mas infelizmente, no mundo/mercado em que vivemos, uma linguagem
>  desconhecida (ou pior: conhecida por boatos falsos que a denigrem ou
>  na melhor das hipóteses a colocam como opção descartada no
>  desenvolvimento de novas aplicações) está fadada à extinção. E
>  precisamos mudar isso com certeza.
>
>  Perl sempre foi uma linguagem vanguardista, e sempre teve seus
>  usuários e admiradores (do contrário não estaríamos aqui!). Mas é uma
>  linguagem que, embora se reinvente quase que completamente de 5 em 5
>  anos, mantém o mesmo nome que a originou em 1987. Com isso, ela mantém
>  o mesmo preconceito e FUD sedimentados a cada nova versão, aliados a
>  um novo preconceito de usuários de linguagens "novas no pedaço" como
>  Ruby e Python. Smalltalk sofre do mesmo problema. Tem gente que prevê:
>  se o Perl 6 se chamar Perl 6, o problema vai continuar. E quem conhece
>  Perl 6 sabe que é mais uma reinvenção total da linguagem.
>
>  Muita gente comenta que Perl não tem um grande patrocinador oficial,
>  que dê palestras públicas para diretores de projetos e engenheiros de
>  software em hotéis luxuosos com caviar nos coffee breaks, ou que bote
>  propagandas caras em revistas da moda lidas por esse público. Não
>  temos a Sun (Jav... atchim!!!!), ou a Microsoft (.NET) ou os projetos
>  monstruosos GNU/FSF/OSI (que apoiam abertamente o Python) como nossos
>  patrocinadores oficiais. Mas ei, temos uma das maiores comunidades de
>  programadores do mundo! Temos patrocinadores de projetos específicos
>  como VMware e Ticketmaster, e todas as empresas/projetos citados
>  anteriormente (que apoiam abertamente outras linguagens) usam Perl
>  publicamente em muitas atividades (a Sun dá até curso de Perl!!!).
>  Fora todas as outras grandes empresas no Brasil e no mundo que também
>  usam em seus projetos. Vide "Quem usa Perl?
>  (http://rio.perl.org.br/quem_usa.pl) que criamos justamente para
>  tentar diminuir um pouco o FUD/preconceito criado.
>
>  Infelizmente hoje, na maioria dos casos, o mercado pede (erroneamente)
>  macacos, robôs, pessoas facilmente substituíveis como peças de
>  engrenagem, e não programadores de verdade. E embora Perl tenha todas
>  as suas vantagens, convenhamos, dificilmente será bem aproveitada
>  nesse cenário. Porque o Perl é uma linguagem tão poderosa e
>  articulável, é preciso domínio e responsabilidade para se desenvolver
>  com a mesma de modo sustentável para um negócio. E como o mercado hoje
>  pede macaco, pessoas saem (muitas vezes até de faculdades) treinando
>  para serem macacos. Perl é como um sabre de luz: "uma arma poderosa,
>  para tempos mais civilizados" (Obi-wan Kenobi).
>
>  Será que nós estamos errados? Acho que não. Prefiro valorizar as
>  qualidades de um bom programador (em qualquer linguagem) e torcer para
>  o mercado mudar de postura, pois assim o equilíbrio da classe dos
>  programadores será restabeecido. Ou assim espero. Afinal, se todos
>  programassem em Perl, já estariam em casa a essa hora :-)
>
>  Acho engraçado todo esse comentário a respeito de Perl nas
>  universidades. Na UFRJ infelizmente não há disciplina com Perl na
>  computação, e comp1 é C, comp2 é Jav...atchim!!!!! (antes era Delphi,
>  pra vcs verem como a universidade ainda é movida por mercado e não por
>  ciência), CompProg ensinam Assembly, IA ensinam Prolog, XP (eletiva)
>  ensinam Ruby e Tópicos em Programação (eletiva) ensinam C++. Mas o
>  GRIS (um grupo do Departamento que dá suporte acadêmico aos alunos
>  interessados por Segurança da Informação) ensina Perl a todos os seus
>  alunos, e boa parte (quase todos) os projetos internos são em Perl.
>  Quem dava o curso de Perl pra eles era eu e, semana passada, um
>  ex-membro do GRIS veio falar comigo que está trabalhando na Globo.com
>  em um projeto em Perl, e que queria me agradecer por ter ensinado a
>  linguagem pra ele. Fiquei muito feliz com isso, prova de que a
>  situação está ruim mas que ainda há esperança :-)
>
>  Mas concordo com o MM, Marco e André, e não podemos nem devemos
>  esperar que o mercado mude de postura um dia para o outro. O que
>  podemos fazer é pensar em alternativas para apresentar o novo-velho
>  Perl em toda sua glória para o mundo que o teme (apenas porque não o
>  conhece ou compreende). Infelizmente, o máximo que vimos fazendo são
>  apresentações sobre os mitos do Perl (eu mesmo já fiz uma ou duas),
>  mas acho que o público está errado, e que a informação simplesmente
>  não chega aos ouvidos de quem deve chegar. E a maioria dos
>  programadores continuam em sua postura budista de seguir seus estudos
>  e projetos individualmente, os outros que sejam livres para encontrar
>  seu caminho de iluminação sozinhos. Mas às vezes a humanidade precisa
>  de um empurrãozinho pra pegar no tranco :-)
>
>  Por isso, reitero a proposta do MM, e gostaria que todos colocassem
>  sugestões a respeito do que podemos (nós) fazer para tentar mudar esse
>  quadro. Já identificamos o problema e já conhecemos nossas armas,
>  precisamos modelar uma estratégia de ataque. Criar uma área
>  desmistificando o FUD associado ao Perl já está a caminho, mas
>  precisamos apontar para ela sempre que encontrarmos alguém que pareça
>  perdido. Sem pressionar ou fazer SPAM, apenas apontar. Se ele quiser
>  conhecer outros pontos de vista a respeito do assunto e tentar formar
>  uma opinião mais saudável, ótimo. Senão, tentamos. Mas não acho que
>  isso seja o suficiente. Na europa, a BBC e muitas outras empresas são
>  grandes patrocinadores de Perl e oferecem até mesmo apresentações
>  gratuitas em lugares chiques, mas essa não é nossa realidade no
>  Brasil. O que podemos fazer? Sugestões?
>
>
>  []s
>
>  -b
>
>  2008/3/11 Marcos Machado <listas em istf.com.br>:
>
>
> >
>  >  Tá bom, dar umas boas risadas é legal, mas será que não devíamos fazer
>  >  alguma coisa para reverter essa situação? Não é a primeira e nem será a
>  >  última vez que leio sobre esse ranço. Perl é considerada uma linguagem
>  >  ultrapassada, antiquada, uma coisa que teve sua vez nos primórdios do
>  >  CGI e agora morreu.
>  >
>  >  Sempre que leio um comparativo de linguagens, principalmente em
>  >  sites/blogs onde permitem comentários, vejo programadores Perl cuspindo
>  >  na tela (eu, inclusive) apontando os erros das matérias e, a maioria,
>  >  assumindo a postura do "grande conhecedor da verdade que não se importa
>  >  com a ignorância dos simples mortais".
>  >
>  >  Onde estão os artigos dos programadores Perl? Se a linguagem é tão boa
>  >  assim, por que ela não é comentada largamente? Por que as faculdades não
>  >  ensinam Perl?
>  >
>  >  Nós vivemos em uma sociedade ávida por hypes e memes. É pedir muito de
>  >  um futuro programador que ele escolha o Perl, lá no fundo do baú, com
>  >  tantas matérias e empresas enaltecendo as outras linguagens.
>  >
>  >  Acho que devíamos fazer alguma coisa. Publicar alguns trabalhos que
>  >  demonstrem por $a+$b por que escolher Perl, submeter artigos para sites
>  >  de programação falando sobre o NOVO Perl, fazer um campeonato radical de
>  >  Programação de Areia na praia de Copacabana com muitas modelos de
>  >  biquini se exibindo no Esporte Espetacular e coisas assim.
>  >
>  >  Tomara que o argumento do polo de desenvolvimento esteja correto, mas
>  >  pode ser que, estatísticamente, SP também esteja abandonando o Perl e só
>  >  encontramos vagas lá por que lá tem mais vagas de uma forma geral.
>  >
>  >  Sugestões?
>  >
>  >  []s, MM
>  >
>  >
>  > _______________________________________________
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>  >  Rio-pm em pm.org
>  >  http://mail.pm.org/mailman/listinfo/rio-pm
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>