[SP-pm] off-topic: Encargos trabalhistas no Brasil

Nilson Santos Figueiredo Jr. acid06 at gmail.com
Wed Mar 21 11:56:39 PDT 2012


On Wed, Mar 21, 2012 at 3:42 PM, Leonardo Ruoso <leonardo at ruoso.com> wrote:
> O trabalhador português, espanhol, italiano, francês, grego… sabem
> «viver a vida» muito mais que os brasileiros em geral. E o motivo pelo
> qual eles estão fazendo greves e manifestações hoje deixaria os
> metalúrgicos do ABC envergonhados…

E agora vão "viver a vida" na crise pois, curiosamente, você citou
exatamente os países mais afetados pela crise (porque será?).
Esses eram justamente os patinhos feios da UE... e de onde herdamos
nossa cultura.

O Brasil, nesse momento, está "vivendo a vida" muito bem, comparado
com diversos países do mundo. Vamos ver daqui uns 4 anos como vai
estar...

> E se a Peugeot, por exemplo, minimizou o investimento em maquinário em
> sua montadora no Brasil, não foi pelo fato do brasileiro ser melhor ou
> pior que o francês, mas pelo fato de que o custo da mão de obra do
> metalúrgico brasileiro (uma das categorias mais bem organizadas) era tão
> barato que os robôs ficariam obsoletos antes de se pagarem, enquanto a
> mão de obra você demite, contrata e capacita conforme a demanda.

Exatamente. Só que eles investiram lá atrás, quando a mão-de-obra era
barata. Hoje, um trabalhador de uma montadora tem salário maior que o
de algumas pessoas dessa lista - mas o métodos de produção não são tão
automatizados como no exterior (apesar de que, não acho a indústria
automotiva um bom exemplo pois possuem um grau de automatismo bem mais
elevado que outros setores industriais no Brasil).

> E se for para o norte da Europa, lá para os países escandinavos, daí é
> que você ia se surpreender com coisas como o valor do equivalente ao
> bolsa-família, com os alugueis que são controlados pelo governo e muito
> mais.

Normalmente, esses benefícios são limitados a 2 anos e os valores só
são maiores que aqui porque os índices como o salário mínimo também
são maiores. O problema aqui não é a existências desses benefícios, é
que você pode viver deles pro resto da vida. E tem outros "detalhes"
como um governo *bem* menos corrupto.

> Um brasileiro que ganha X reais por mês ficaria chocado em receber um
> complemento Y reais por filho pelo fato de que o salário dele é
> considerado baixo para uma família de quatro pessoas, por exemplo. Não,
> eu não estou falando de um cara miserável, estou falando de alguém
> formado, com especialização e que trabalha com desenvolvimento de
> software. E o Y não seria 50 reais, mas 1.000.

Isso faz parte de outra coisa completamente diferente. Aqui no Brasil,
o ideal seria diminuir o incentivo à reprodução das pessoas, enquanto
em diversos desses países, o problema da população diminuindo e
envelhecendo é real, então querem incentivar as pessoas a terem mais
filhos - o que faz todo sentido do mundo pra eles, não faz para cá (e
vice-versa, em outras situações).

-Nilson


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