[SP-pm] SaoPaulo-pm Digest, Vol 71, Issue 49
Blabos de Blebe
blabos at gmail.com
Fri Aug 20 10:27:48 PDT 2010
Putz, a essa altura da vida eu ainda achava que o superlativo feminino
de doce fosse dulcílima.
edenc++
Vivendo e aprendendo :)
Wesley
2010/8/20 Eden Cardim <edencardim em gmail.com>:
>>>>>> "Pinguim" == Pinguim Azul <bluepenguin em gmail.com> writes:
>
> Pinguim> Assim você está dando mais força pro meu argumento ué. A
> Pinguim> norma gramatical que se ensina nas escolas *não é* uma
> Pinguim> linguagem natural. Linguagem natural é aquilo que falamos
> Pinguim> nas ruas, com erros e ambiguidades, onde as pessoas falam
> Pinguim> seu ao invés de teu. A gramática formal que está nos livros
> Pinguim> de português é uma abstração que não reflete os que as
> Pinguim> pessoas falam (ou, de outra maneira, é uma construção
> Pinguim> artificial que tenta desambiguar a linguagem realmente
> Pinguim> falada pelos humanos).
>
> Eu não fiz nenhuma pesquisa formal a respeito, mas eu acho que esse tipo
> de erro só se propaga porque a compreensão é viável na maior parte dos
> casos. A linguagem vai evoluindo por conta disso, quem usa a linguagem
> vai refinando e eventualmente alguns termos novos entram em uso e outros
> em desuso. O meu ponto é de que o teu exemplo não era ambíguo mas ter um
> de um certo nível de compreensão da linguagem é requerido, tanto em
> linguagens humanas quanto em linguagens de computador.
>
> Pinguim> Eu discordo disso também, via de regra não há compreensão
> Pinguim> não! Quando eu estou falando com alguém, eu sempre tenho
> Pinguim> que desambiguar a força o que está sendo falado. Por
> Pinguim> exemplo: "Quer ali comigo?" "Ali onde?". A primeira frase
> Pinguim> era ambígua, e você precisou fazer uma pergunta para poder
> Pinguim> entender qual era o significado de ali. Se você consegue
> Pinguim> falar com as pessoas sem nunca perguntar nada que não
> Pinguim> entendeu, então parabéns, eu não tenho essa manha não :)
>
> Esse exemplo não procede, se você não tivesse entendido o significado,
> você responderia "Ahn?!" e não "Ali onde?". Esse é um problema de
> interface, não de linguagem.
>
> Pinguim> (E em outras linguas é ainda pior que no português. No
> Pinguim> japonês, por exemplo, a incidência de homonimos é tão
> Pinguim> grande que não tem jeito de escrever o que está sendo
> Pinguim> falado sem perder informação. Por isso que eles precisam de
> Pinguim> ideogramas, só assim pra diferenciar hashi=ponte de
> Pinguim> hashi=palitinhos, já que em kanji são dois símbolos
> Pinguim> diferentes).
>
> Pinguim> Agora, o problema de modelar linguas de computador em
> Pinguim> linguas humanas é que o computador não pode te perguntar o
> Pinguim> que você realmente queria dizer. Ou melhor, até pode,
> Pinguim> quando ele te dá um warning de compilação é um tipo de
> Pinguim> pergunta pra saber o que você realmente quis dizer. Pra
> Pinguim> mim, o ideal seria poder se expressar sem ter que ficar
> Pinguim> lidando com ambiguidade. Mas isso é IMHO é claro.
>
> Na minha opinião, poder esquecer dos detalhes de sintaxe da linguagem
> enquanto você pensa é muito mais produtivo do que ter que lidar com o
> problema *e* a linguagem ao mesmo tempo, afinal de contas, um computador
> consegue detectar ambiguidade com mais eficiência do que um humano. Em
> perl acontece muito isso, você sai escrevendo código e a depender do
> contexto, sua expressão pode ser ambigua ou não, e o analisador
> sintático só vai reclamar nos lugares em que de fato ocorreu
> ambiguidade. Enquanto que numa linguagem "menos humana" você teria que
> corrigir a ambiguidade em todos os lugares. Mas a questão nem é tanto
> essa da avaliação, é que quando você passa a enxergar programação como
> uma coisa humana e a linguagem te fornece artifícios para trabalhar
> dessa forma, algumas expressõs que seriam "estranhas" se interpretadas
> formalmente, passam a ser naturais:
>
> # "E aí gata, tá afim?"
> my $content = do { local( @ARGV, $/ ) = $file ; <> }
>
> # "Dulcíssima dama, poderias, por gentileza, me conceder a honra de
> # copular contigo?"
>
> sub BLOCK_SIZE { 1024 }
> open(my($fh), '<', $file) or die "Couldn't open file: $!";
> my $content;
> 1 while $fh->read($content, BLOCK_SIZE) == BLOCK_SIZE;
>
> Morando no Brasil, falando português e tendo mais de 12 anos de idade,
> você não deveria ter problema algum para compreender as duas
> construções acima.
>
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