[SP-pm] Res: Pirataria de Livros, aqui não! [Was: Boas Vindas ao Igor]

Eden Cardim edencardim at gmail.com
Wed Apr 7 07:38:29 PDT 2010


2010/4/7 Nelson Ferraz <nferraz em gmail.com>:
> Em 7 de abril de 2010 15:27, Eden Cardim <edencardim em gmail.com> escreveu:
>>> Portanto, se você quer aprender sobre um assunto, e não tem dinheiro
>>> para comprar o livro -- copie, sem arrependimento.
>>
>> Eu concordo com essa visão, o grande problema é que algumas pessoas
>> usam do argumento ético pra copiar, e depois da cópia, abandonam a
>> ética. Ética aplicada arbitrariamente não é ética.
>
> A indústria de copyright usa táticas imorais para dividir e conquistar
> consumidores.
>
> Eles ensinam às criancas, desde cedo, que ajudar um amigo é crime.
> Isso, para mim, é antiético.
>
> Você poderia argumentar que ajudar o próximo é crime, quando causa
> prejuízo a alguém. Mas copiar não causa prejuízos. Você pode baixar
> todas as músicas do mundo no seu HD, e ninguém poderá afirmar que
> perdeu um centavo com isso. Nem os músicos, nem as gravadoras.
>
> Ao usar a palavra "pirataria" eles eliminam a necessidade de pensar.
> Afinal, quem poderia ser a favor da "pirataria"?

Estou tentando descobrir qual o seu argumento aqui, me parece que você
está querendo justificar um comportamento anti-ético com outro, mas
posso estar enganado. Eu estou falando especificamente sobre o
comportamento do indivíduo que copia, não da indústria (que já sabemos
que não é nada ética).

>> Acho que se um
>> livro que você copiou é bom o suficiente para te ajudar a progredir
>> profissional e/ou financeiramente, o correto, eticamente, seria o
>> autor do livro receber uma compensação por isso, e não precisa ser,
>> necessariamente, financeira, mas precisa ser proporcional à qualidade
>> do material que o autor perdeu tempo para produzir e te fornecer.
>
> A maior parte dos autores concorda que escrever livros não dá
> dinheiro. Os livros normalmente são um cartão de visitas, a porta de
> entrada para o lucrativo mercado de consultoria e palestras.
>
> Ou, para usar as palavras de Tim O'Reilly, dono da O'Reilly -- que
> supostamente está sendo "defendido" aqui nessa thread: "Obscurity is a
> far greater threat to authors and creative artists than piracy."

Se você reler o que acabou de citar, vai observar que eu
explicitamente mencionei "não precisa ser, necessariamente,
financeira".

>> Afinal de contas, se produzir material de qualidade deixar de ser
>> viável, ninguém vai se dispor a perder seu tempo pra fornecer.
>
> Por essa tese, o Linux não deveria existir. Nem o Perl. Nem a internet.
>
> Mas todos eles existem. Como isso é possível?
>
>> Ecossistemas são baseados em simbiose, não parasitismo.
>
> Parasitismo requer que um organismo prejudique o outro, para benefício
> próprio. Isso é bem diferente de oferecer uma cópia de um livro para
> um amigo.

Muito pelo contrário, foi exatamente por alguém viabilizar (em termos
de mercado) a existência tanto do Linux quanto do Perl, é que esses
projetos sobreviveram. Você fala como se não existissem projetos de
software livre fracassados, eu inclusive já contribuí com projetos
fracassados e todos eles fracassaram pelo mesmo motivo: a relação
entre usuários/contribuintes era pequena demais. Isso atende a
definição de parasitismo.
O ponto onde eu quero chegar é que um indivíduo precisa ter noção do
papel que ele empenha no ecossistema onde vive, e tentar devolver pro
ecossistema a mesma quantidade de recursos que ele extrai. Se todo
mundo fizesse isso, a O'Reilly daria livros de graça antes mesmo de
você pensar em copiar.

-- 
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