[Cascavel-pm] Perl no "mundo real"

Breno G. de Oliveira breno em clavis.com.br
Sexta Agosto 5 19:51:55 PDT 2005


Alceu R. de Freitas Jr. wrote:
> 
> Correndo o risco de criar um flamewar, ser apedrejado
> e excomungado da ordem dos Perl monks brasileiros...
> vou bancar o advogado do Diabo e perguntar assim
> mesmo: vocês chegaram a considerar Python?
> 
> Python é bem mais fácil de aprender do que Perl. Na
> realidade, eu saí do shell script e passei pelo Python
> antes de tentar aprender Perl. Eu fiz isso porque:
> 1 - era uma linguagem igualmente (ou mais poderosa) do
> que Python;
> 2 - era mais disseminado no Brasil (pelo menos na
> época);
> 3 - tinha o CPAN;
> 4 - é muito popular em UNIX
> 
> Eu não levei muito em conta se era fácil ou não... se
> fosse por isso, tinha ficado com a sintaxe do Python.
> 
> E vocês aí na sua empresa, como foi seu processo de
> decisão?
> 

Oi Alceu!

Olha, não sei se foi pelo conhecimento anterior de programação em C que
eu tinha, mas confesso que achei perl muito fácil (atentem os monges
para o fato de que me refiro ao aprendizado básico e não aos códigos
mágicos que as vezes surgem por aqui). No meu caso específico, assisti a
uma palestra do Flávio Glock, ganhei o "Cookbook" nesse mesmo evento e
no dia seguinte já estava brincando com a linguagem. Acho que o
principal problema é que o perl é TÃO poderoso e ao mesmo tempo dá TANTA
liberdade ao programador, que muitos acabam se perdendo e não sabem por
onde direcionar seus estudos (e seus programas). TIMTOWTDI é uma faca de
dois gumes! Por outro lado, a imposição estrutural de muitas linguagens
ditas como mais limpas, bonitas ou elegantes, embora ajude o programador
a organizar seu pensamento, elimina uma série de liberdades essenciais
da programação, pelo menos na minha opinião (basta ver a quantidade de
soluções diferentes dadas na thread com a dúvida de "simular o pipe").
Não sei o quão assim é o python, o pouco que sei é que o código lembra
perl e que a falta de ";" indicando fim da instrução me deixa meio
nervoso ;)

No caso da escolha, tanto pela Clavis quanto pelo GRIS, ela realmente
foi reforçada menos pelo aprendizado em si e mais pela portabilidade e
poder, tão necessários no desenvolvimento de soluções de segurança. Sem
falar que o CPAN é uma mão na roda, como você mesmo disse! Por isso na
Clavis perl é requisito nas contratações de desenvolvimento, e no GRIS
foi adotado sem questionamentos. Felizmente até hoje no GRIS tivemos
pouca ou nenhuma resistência relacionada ao aprendizado de perl, e
sempre organizamos minicursos internos para ajudar os que têm mais
dificuldade.

Foi até um caso interessante pois a informática da UFRJ está numa fase
"java", mas o GRIS continua fiel ao perl - eu particularmente acho que
as pessoas não utilizam perl ao invés de java especialmente por causa da
pouca publicidade do perl aliada a alta publicidade do java (sem retirar
todos os méritos próprios do java, naturalmente).

Voltando a questão do aprendizado, conforme disse não estou
familiarizado com o python (embora tenha ouvido falar muito bem), e
mesmo ele tendo sim sido considerado na hora da escolha (assim como
java), no GRIS não havia ninguém para defendê-lo, e por isso a balança
pesou mais ainda para o lado do perl. O problema também é que como é um
grupo de rotatividade relativamente alta, é preciso que os projetos
sejam padrozinados para as "gerações futuras", e portanto mesmo projetos
em C são difíceis de serem aprovados sem uma justificativa muito forte,
que dirá em python!


[]s

breno





Mais detalhes sobre a lista de discussão Cascavel-pm