[SP-pm] Res: Pirataria de Livros, aqui não! [Was: Boas Vindas ao Igor]

Blabos de Blebe blabos at gmail.com
Wed Apr 7 09:54:15 PDT 2010


Aí é que está.

Do meu ponto de vista, o give back deles são seu legado. Logo, se o
legado é o retorno deles para a humanidade, o acesso a esse retorno
*deveria* ser público.

Por outro lado, todos *deveriam* ser remunerados proporcionalmente por
sua contribuição à humanidade, por cada humano vivo.

Então, na minha opinião, o conteúdo deveria ser livre *e* remunerado,
amortizado por todos que fazem uso direta ou indiretamente. Mundo
ideal :)

O fato é que na vida real as coisas não são assim e se não concordamos
com isso, devemos usar meios lícitos de mudar as regras. Essa na
*minha* opinião é uma forma ética de agir.

Crianças burlam as regras. Homens mudam as regras.

Abraços

2010/4/7 Alexei Znamensky <russoz em gmail.com>:
> Blabos,
> Apesar de eu pender mais para o ponto de vista do Nelson que para o seu, eu
> tenho que concordar com (pelo menos) uma coisa que você disse: existe muitas
> sutilezas nesse assunto.
> E como, via de regra, eu quero mais é ver o circo pegar fogo, eu vou jogar
> mais uma na mesa: O Larry Wall, o Maddog, o Linus, O Tanenbaum, o Beethoven
> e o Mozart, o Rush, o Pink Floyd... you name it: todos eles, sem exceção,
> para escreverem, comporem, <atuarem em quaquer processo criativo>,
> utilizaram conhecimentos/informações que vieram de outras pessoas. Faz parte
> da vida.
> Nós (dificilmente, if ever) criamos alguma coisa realmente *nova*, no
> sentido de que não foi utilizado nesse processo criativo algo que já não
> existisse antes. Vou presumir que isso não seja nenhuma novidade para você
> (ou para os outros), e que possamos partir daí - mas se não for este o caso,
> by all means, é só levantar a bola e a gente tenta se afundar mais neste
> mérito em particular.
> Isso posto, vem aí a sutileza: e o "give back" desses autores pelo uso de
> coisas já existentes, existe? Dificilmente teremos uma resposta genérica
> para essa pergunta - já que isso depende do comportamento, da opinião e da
> escala de valores de cada autor.
> []s,
> Alexei
>
> 2010/4/7 Blabos de Blebe <blabos em gmail.com>
>>
>> Nelson,
>>
>> Permita-me concordar e discordar.
>>
>> Sim. As leis de copyright estão completamente desbalanceadas. Direitos
>> autorais surgiram, como o nome diz, para proteger o autor. Hoje o que
>> vemos é eles protegerem a indústria. Quem proteje o autor do livro de
>> Lisp?
>>
>> Mas um erro não pode ser usado como justificativa para outro.
>>
>> Por outro lado, na minha opinião, o 'fair use' que se utiliza de algo
>> ilegal é tão imoral quanto uma editora que não repassa a merreca de
>> direito ao autor.
>>
>> O que nos dá direito de criticar a indústria se agirmos de forma tão
>> imoral quanto?
>>
>> Concordo que em alguns casos e situações, uma cópia ilegal é a única
>> forma de se obter o acesso a obra em tempo útil para resolução de dado
>> problema. Porém há uma certa sutileza aí.
>>
>> Vamos supor que eu esteja numa situação de emergência extrema. Digamos
>> que minha única forma de acesso à obra seja por meio de uma cópia
>> ilegal. Neste caso eu tomaria como 'fair use' o 'acesso adiantado a um
>> bem que eu vou ter'. Isso significa que eu me comprometo a estar em
>> débito com o autor e me comprometo a num futuro próximo ressarci-lo
>> por este empréstimo de direto por adiantamento.
>>
>> O 'acesso por adiantamento a um bem que terei' é pelo fato que as
>> regras do jogo só me permitem acesso a uma cópia legal da obra. É como
>> se eu dissesse: Nelson, esqueci a carteira, vc pode pagar meu almoço
>> hoje e eu te pago amanhã?
>>
>> O fair use do Nelson, sem intenção de pagamento seria como pedir que
>> você me pague o almoço pensando "já era, perdeu playboy". Cadê o fair
>> disso?
>>
>> Mais uma vez essa analogia também é carregada de sutileza, pois o
>> almoço é material.
>>
>> Na minha opinião, fair use é uma espécie de vale, que você tem que
>> devolver/pagar depois, seja em dinheiro ou em retorno ao ecossistema.
>>
>> Abraços
>>
>>
>>
>> 2010/4/7 Nelson Ferraz <nferraz em gmail.com>:
>> > Em 7 de abril de 2010 16:38, Eden Cardim <edencardim em gmail.com>
>> > escreveu:
>> >> Estou tentando descobrir qual o seu argumento aqui, me parece que você
>> >> está querendo justificar um comportamento anti-ético com outro, mas
>> >> posso estar enganado.
>> >
>> > De um lado, temos os direitos dos detentores de copyright; de outro
>> > lado, temos os direitos da sociedade.
>> >
>> > Recomendo fortemente assistir a essa apresentação, de Lawrence Lessig,
>> > para entender o lado que tem menos advogados (adivinhem qual é):
>> >
>> > http://randomfoo.net/oscon/2002/lessig/free.html
>> >
>> > As leis de propriedade intelectual já estão totalmente
>> > desequilibradas, em favor da indústria. Por isso eu defendo um dos
>> > poucos direitos que nos restam, o "fair use".
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