[SP-pm] Vaga Programador Perl 2

Luis Motta Campos luismottacampos em yahoo.co.uk
Quinta Novembro 23 09:51:57 PST 2006


  DISCLAIMER
  Atendendo a diversos pedidos, vou responder esta em público.
  Mas advirto:
  1. Isto é apenas a minha opinião, e vou alegar se retardado mental
sempre que isto for conveniente;
  2. Os nomes, pessoas, empresas, fatos, datas e acontecimentos citados
aqui são fictícios e qualquer semelhança com a realidade é muita
coincidência;
  3. Este email pode ser forjado e ter vindo de qualquer pessoa no
planeta terra.

Alexandre de Abreu wrote:
> Luis, já te falaram que vc é muito crítico? :D
> 

  Já fui exaustivamente informado sobre a minha capacidade de pensar.
  Tenho até mesmo a minha meta-defesa preparada:
  1. Nasci com cérebro. Ter defeito congênito não pode ser considerado
crime;
  2. Uso meu cérebro. Claro. Tem gente que peida em público. Todo mundo
tem maus-hábitos. Ignorar alguns deles faz parte da boa-educação que
mantém lubrificadas as engrenagens da sociedade ocidental contemporânea.

> Conte-me mais sobre sua ida para a Europa, quais as primeiras
> impressões, os estrangeiros sabem programar mesmo? :>

  Impressões. Certo. Bom, achei notória a diferença de rítmo de
trabalho, aqui. Conseguir trabalhar, para mim, no início, foi um
problema muito sério. Eles decididamente trabalham mais devagar.

  Outra coisa que marca a gente profundamente é a comida. País
diferente, hábitos alimentares diferentes. É das poucas coisas que eu
considero que identificam um povo. Os Europeus decididamente morrem mais
de colesterol que os sul-americanos. E temperam tudo, absolutamente tudo
com louros.

  Outra coisa muito interessante é a legislação, que, aqui em Portugal,
é muito mais protecionista que no Brazil. A quantidade de casos em que
está previsto na lei "reintegração de empregado" à empresa, é
simplesmente absurda. Mesmo assim, a confusão e a falta de informação
tem imperado entre os imigrantes.

  Fato observado #1: O pessoal que vem de fora acha que aqui é o Brazil,
e contiua se comportando como se estivessem sujeitos às mesmas leis. Eu
observei isto principalmente em mim mesmo, mas também em outras pessoas.

  Fato observado #2: O Português é extremamente burocrático. Gosta de
árvores mortas que é uma coisa impressionante. Ainda mais se isto o
fizer se sentir poderoso de alguma forma. Todo o funcionalismo público
português que atente o público desenvolve algum grau de megalomania. Às
vezes, depressa demais.

  Fato observado #3: O Nélson Ferraz observou bem: aqui parece um 28
estado do Brazil, tal é a quantidade de coisas muito semelhantes com as
que temos aí. Claro, esta é apenas uma impressão superficial, que se
desvanece logo depois de uma primeira análise cuidadosa.

  De uma forma geral, para quem quer conseguir empregos no estrangeiro,
eu tenho apenas o formal para recomendar: trabalhe onde você tem
permissão de trabalho. Visite o resto como turista, e nunca volte a um
país que te trata mal uma vez: eles podem achar que você é masoquista, e
voltar a te tratar muito pior. Se você não é cidadão do país-destino,
nem pode contar com quantidades absurdas de dinheiro para pagar
advogados, não assine contratos fora do Brazil, e consulte sempre a
embaixada do país para onde você está indo para saber se você tem a
documentação em dia.

  Gente, a coisa mais importante em viajar para fora do Brazil para
trabalhar é se lembrar que a gente não pode ser desrespeitado como
pessoa, nem explorado além do nível considerado "relação comercial".

  É muito fácil aceitar trabalhar fora do Brazil. Mas atenção: a empresa
que te contrata tem de assumir compromissos com você antes de você sair
de onde está. Se, para trabalhar no exterior, você ainda tem de pagar,
qual é a diferença disso para trabalho escravo?

  Minha recomendação geral: cuidado, nem tudo o que parece interessante
sobrevive à uma análise crítica e fria das coisas.
-- 
Luis Motta Campos
Senior System Engineer at Segula.FR
Hobbyist Cooker and Photograph



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