[Rio-pm] Participação Feminina na Comunidade Perl e no Software Livre

Solli Honorio shonorio em gmail.com
Quarta Setembro 2 08:17:17 PDT 2009


2009/9/2 Nilson Santos Figueiredo Jr. <acid06 em gmail.com>

> 2009/9/2 Cristina Amazonas <cristina_amazonas em yahoo.com.br>:
> > Minha turma de faculdade era mista, nao tinha mais homens ou mulheres, ou
> > gente mais feia ou bonita. Acho q este "mito" das ciencias exatas furada,
> > talvez um pouco na Engenharia (?) ou no software basico  ... hummm mas
> será
> > mesmo ?
>
> Oi Cristina,
>
> Depois de passar quase 5 anos do curso de Ciência da Computação da
> UFMG, eu posso dizer com certeza que não é mito. Os homens que cursam
> Ciência da Computação definitivamente são considerados "abaixo da
> média" pelas mulheres (normalmente com umas 2 ou 3 exceções por
> turma). Estranhamente, o mesmo não acontece com os cursos de
> Engenharia mais difíceis (como Elétrica e Automação).
>
> Se eu sou homem, como eu saberia disso? Bem, eu já fiz esse tipo de
> pesquisa com minha namorada. ;-)
>
> Mas mesmo sendo homem dá pra notar coisas como: pessoal de engenharia
> costuma andar mais arrumado e, não sei exatamente por que, a média de
> altura é maior (quando fazia alguma matéria em uma turma de
> engenharia, como só tenho 1,75m, tinha dificuldades pra ver o quadro,
> coisa que não acontecia com turmas de computação).
>
> Enfim, apenas curiosidades...
>
> > Me parece o mesmo mito de q todo cara inteligente é nerd, braquelo,
> fracote,
> > nao faz nada da vida, nao vai a festas, nao sabe dançar, odeia esportes
> ...
> > será ? vcs sao assim ??
>
> Eu sou nerd, branquelo, peso só uns 60kg, não sei dançar e eu só gosto
> de *assistir* futebol. Serve? ;-)
> Mas eu gosto sair (já gostei mais no passado). Então eu sou "quase" assim.
>
> Muitos dos que estudaram comigo também eram assim. E alguns não eram.
> Como sou de MG, o "branquelo" realmente era mais raro, mas os outros
> aspectos do estereótipo estavam presentes.
>
> Mas enfim, como eu disse na mensagem anterior: uma segunda categoria
> de pessoas de exatas são aqueles que eram mais "nerds" até uma certa,
> mas depois de uma certa idade na adolescência a testosterona que
> ajudou a gostar de exatas (facilita concentração), serviu pra alguma
> coisa. Aí eles passaram a tirar notas boas e fazer sucesso com as
> mulheres (alguns até demoram um tempo pra perceber a mudança hehe).
>
> Mas eu sou o nerd tradicional mesmo e estou feliz assim. ;-)
>
> > O q me parece é q a sociedade tem alguns mitos e preconceitos. Eu fui
> > atleta, nadadora. Campea e recordista brasileira juvenil. "A ninfeta" de
> > corpao, nunca fui masculinizada. Parei de nadar aos 16 anos e engordei
> uns
> > 25kg. Dai cheguei na faculdade gordinha e era "a gênia". Aos 21 anos
> cansei
> > de pensar, larguei tudo e fui morar em Londres, ainda uns 15kg gordinha.
> > Bastou pegar um vôo de 11h q me transformei da "gênia gorda" a
> "brasileira
> > sexy".
>
> Pelo que você descreveu, daria pra tirar várias conclusões.
>
> Primeiramente, o esporte provavelmente te ajudou a conseguir ter
> concentração e determinação, o que é fundamental para o estudo de
> ciências exatas em geral.
>
> Segundo, poderia-se levantar a hipótese que você tem um nível de
> testosterona ligeiramente maior que o usual para mulheres. Pouco o
> suficiente pra não te deixar "masculinizada", mas que te dava alguma
> vantagem tanto nos esportes, quanto no aspecto físico em geral, quanto
> nos aspecto de concentração e foco em geral (que leva às exatas).
>
> Por fim, você pode ser simplesmente um ponto fora da curva.
>
> Mas eu acho que foi o esporte mesmo. Provavelmente, para ser
> recordista brasileira juvenil, você deveria treinar bastante, o que te
> manteve longe o suficiente das coisas "mundanas" no momento certo da
> vida - a idade que você cita, 16 anos, bate exatamente com a hipótese
> que levantei no email anterior.
>
> Depois que seu cérebro já foi "ligado" de um jeito, você pode ir fazer
> o que quiser da vida, o funcionamento já vai estar definido. O que eu
> acredito é que tem um momento crucial em algum ponto variável entre os
> 10-17 anos que é o momento decisivo pra maioria das pessoas. Mas isso
> vem diretamente do "Instituto de Pesquisa Nilson Santos F. Jr." - é
> apenas minha opinião pessoal.
>
> -Nilson Santos F. Jr.
> _______________________________________________
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> http://mail.pm.org/mailman/listinfo/rio-pm
>

Nilson, eu acho que  vc tem razão cara ... também sofri com esta história de
adolescência, tanto é que não tenho a menor saudade da minha adolescência, a
minha vida começou aos 21 anos (costumo dizer) ... quando o dinheiro me
tornou mais atrativo para as minhas parceiras ;) ... dinheiro que começou a
entrar depois de passar dos 13 aos 18 só estudando e lendo .... com vida
social próximo a zero...

Não quero dizer que precisamos ser rejeitados na adolescência para nos
transformar em programadores, mas com certeza a disciplina deve contribuir
muito. No nosso caso, a disciplina veio pela rejeição.

-- 
"o animal satisfeito dorme". - Guimarães Rosa
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