[Cascavel-pm] Res: Res: off topic DotNet

Daniel de Oliveira Mantovani daniel.oliveira.mantovani em gmail.com
Segunda Junho 28 11:13:22 PDT 2010


2010/6/28 Alceu R. de Freitas Jr. <glasswalk3r em yahoo.com.br>:
>
>
> ----- Mensagem original ----
>> De: Eden Cardim <edencardim em gmail.com>
>> Enviadas: Segunda-feira, 28 de Junho de 2010 10:24:19
>
>    João> 2
>> critérios básicos - quantidade de sistemas desenvolvidos na
>
>> João> plataforma e disponibilidade mão de obra.
>
>> Esses dois critérios são contra-argumentados na literatura de engenharia
>> de software que eu indiquei num email anterior.
>
> Eden, e o que eu faço com meu gerente que não leu e nem está interessado em ler tal literatura?
>
> Digo isso porque atualmente eu não consigo "vender" o uso interno de Perl aqui. Não temos NENHUMA linguagem de programação fracamente tipada e sem compilação (vulgarmente chamada de script) para podermos produzir código rápido e funcional. E olha que meus usuários acham que a área de TI deve funcionar como pastelaria.
>
> Eu concordo com você, mas uma coisa é a teoria, outra é a prática.
>
> João> Em
>> ambas, PHP e Java batem Perl muito facilmente. Pelo menos
>> João> no Brasil (acho que você não mora aqui).
>
>> Ciência não tem
>> nacionalidade, o fato de uma ou outra linguagem ser mais
>> ou menos popular no
>> Brasil não fazem dela a melhor ou pior linguagem.
>
> Acho que aí entra a questão de contexto.
>
> No contexto científico, você está correto.No conceito mercadológico, o João está correto.
>
> Vou citar um exemplo: se eu checar para meu chefe aqui e dizer que agora sou mestre em inteligência artificial, ele vai cagar e andar. Se disser, no entanto, que agora tenho MBA de Harvard, ele vai colocar uma foto minha na mesa dele.

Você está difundindo os contextos, isso o que você disse não tem
sentido nenhum. Só porque alguém tem expectativas melhores de alguém
formado em Hardvard e um pré julgamento inconsciente implícito , não
significa que num mundo real os fatores significativos fazem a ordem
para os resultados apresentados, um profissional criativo reverte
qualquer fator. Além disso, esse contexto é só pré definido, ao longo
dos resultados apresentados / esperados pela equipe o profissional
criativo vai se sobrepor sobre qualquer pré critério estabelecido aos
olhos do gerente. Esse fator significativo, "formado em Hardvard".

O Steve Jobs não é formado, quem você acha que o seu gerente vai
contratar um cara com MBA em Hardvard ou o Steve Jobs para ser o CEO
da sua empresa ?
O Larry Wall é formado em Lingüística, quem você acha que o seu
gerente vai contratar, um cara com máxima certificação C#/JAVA ou o
Larry Wall ?

Isso ocorre nas empresas também, você não precisa ser "famoso" para
ter seu o mérito conhecido, você faz isso na empresa, onde os pré
julgamentos se desfazem no primeiro projeto. Isso ocorre o tempo toda
na comunidade Perl, os seus argumentos não são válidos com o que você
diz.

>
> Por que isso?
>
> Empresas querem saber de resultados. Se Perl pode ajudar a empresa a ser eficiente e ganhar dinheiro, é isso que vai interessar meu chefe.

Mas é isso o que acontece, se você não sabia o pessoal usa Perl por
isso. Por que você acha que o pessoal usa Perl ?

>
> O problema é vender essa idéia para quem não tem conhecimento técnico. O Brasil não valoriza profissional especialista, basta verificar como cientistas e pesquisadores competentes decidem ir embora do país.

Essa seu argumento de usar um dos países em maior desenvolvimento
econômico como empecilho para um negócio, é furado.

>
> É uma visão curta, ridícula... mas é o que temos por aqui.
>
>>   João> Em termos de fazer o que tem que ser feito, todas elas fazem
>> o
>    João> que tem que ser feito.
>
>> fazem o que tem que
>> ser feito" é o argumento mais vago que eu já li na
>> vida.
>
> Outro exemplo que me faz concordar com o João. Eu não acho que ele esteja denegrindo nossa linguagem favorita, mas colocando seu ponto de vista.
> Se tecnicamente é tão bom quanto ou melhor que outras linguagens, por que não é utilizado em escala maior?

O Eden já escreveu sobre isso na lista,

"Mark Twain: "Quando você se encontra no lado da maioria, está na hora
de pausar e refletir";
e Oscar Wilde: "Tudo que é popular é errado" "

De acordo com o seu argumento, assistir novelas da globo é tecnicamente bom.

>
> Acho que são estas perguntas que temos que nos fazer. Lembram-se da história do VHS e Betamax?
>
> Voltando a questão do "fazer o que tem que ser feito", para os usuários tanto faz se o programa é bem estruturado ou não. Para eles o importante é que o programa:
> 1 - Funcione
> 2 - Rode num tempo aceitável
> 3 - Não fique dando problemas
>
> Todo o caminho que deve ser percorrido para chegar nisto é de interesse da área técnica, não usuária.
>
> Um exemplo: minha área usuária me mostrou um banco de dados SQL Server feito à partir de um monte de planilhas Excel com dados, pois estava sendo um tormento atualizá-las manualmente.
> Eu sugeri usar Access para ter acesso aos dados rapidamente. Eles não quiseram, queriam um "sistema web" porque era mais moderno.
> Bem, eu comecei  fazer algo com CGI::Application e quando fui olhar o modelo relacional... era a coisa mais escabrosa que eu vi. Disse ao usuário que teria que arrumar aquilo primeiro, ou não teria como garantir integridade dos dados. Ele achou ruim, porque ia demorar mais.
>
> Eu fiz um monte de horas extras para entregar o sistema funcional... e o sistema foi reprovado porque era feio. Eles queriam uma interface bonita, eu avisei que não era designer (fiz um HTML pé de boi mesmo com HTML::Template) e eles não quiseram arrumar um por causa de custos. Enfim, nem sei o que eles usaram depois.
>
> A conclusão que tirei disto foi:
> 1 - Para o usuário, tanto faz se o modelo de dados precisa ser arrumado ou não;
> 2 - Para o usuário, tanto faz se o backend é eficiente e bem desenhado;
>
>    João> Segundo minha opinião: - Sistemas complexos são
>> aqueles que
>    João> envolvem:
>    João> * Uma
>> interface administrativa (GUI)
>    João> * Uma interface de
>> usuário (GUI)
>    João> * Um core com N funções
>
> Segundo o
>> teu critério, o northwind (o banco de dados do ms access) é
> mais complexo do
>> que o fritz (a engine de xadrez que empatou 4 vezes com
> o Garry Kasparov e
>> derrotou outros grandmasters como Vladimir
> Kramnik). De novo, a literatura
>> introdutória de engenharia de software é
> categórica nesse assunto.
>
> Esse foi um exemplo bem ruim mesmo. Mas aqui vai um bom (ponto de vista): http://www.faqs.org/docs/artu/ch14s04.html#perl. É claro que já está desatualizado, existem recursos no Perl para contornar ou resolver os pontos negativos apresentados, mas essas coisas ainda não estão no core do Perl (Moose é um excelente exemplo).
>
> De novo, você sabe, eu sei disso. Mas muito programadores experientes por aí não sabem.

O que torna um programador experiente, não é ele saber o que ele
*precisa saber* ? A tecnologia se desenvolve a cada segundo, o exemplo
que você argumento, parece o de um profissional que parou no tempo.

>
> Se pensarmos em como a linguagem auxilia o programador a não escrever
> código ruim, temos o Perl::Critic. Mas eu, por exemplo, não comprei
> ainda o Perl Best Practices que o pessoal tanto cita. Então fiquei meio
> sem "ajuda" da linguagem.
>
> Daí a necessidade de divulgação e pesquisas. Eu estou vendo um progresso nessa área, mas ainda falta bastante.

O que você disse está muito vago, então o problema dos 'programadores'
escreverem código porco é falta de divulgação ? Por que você sabe do
Perl::Critic e outros programadores não ? Por um simples motivo, as
pessoas conquistam aquilo que elas correm atrás. Um programador que
entra as 8:00 e sai as 17:00 e esquece do trabalho até o dia seguinte,
nunca vai conquistar nada mesmo.

>
>> Deve
>> ser desse tipo de análise que saem os orçamentos de software
>> superfaturados
>> típicos do Brasil.
>
> É bem por aí. Ou pior ainda Eden. Eu tenho uma porção de histórias de consultorias "especialistas" que fariam seu cabelos ficarem de pé e depois caírem.
>
>  João> * wxWidgets ainda não
>> tem versão 1.0 e vários itens
>    João> disponíveis em outros
>> APIs (incluindo Flex) ainda não estão
>    João>
>> disponíveis.
>
>> Ok, enumera os itens disponíveis no flex que
>> não estão disponíveis no
>> wxWidgets. Por sinal, wxWidgets é uma biblioteca C,
>> perl só fornece bindings.
>
> Eu acho que API está OK. Somos bons nisso.
> Mas não temos ferramentas para auxiliar a criar interfaces gráficas.
> C# e Java contam com ferramentas gráficas bem competentes para fazer esse tipo de coisa.
>
> Se não me engano, temos o Padre (que ainda não chegou lá) e o Glade (mas só gera XML, não código Perl).

Temos um core-developer no canal, você pode ser mais especifico ? O
que falta no Padre ?

>
> A propósito, como é mesmo o procedimento
>> para se desenvolver GUIs em
> PHP? Falta ainda o benchmark indicando que PHP é
>> mais rápido que
>> perl.
>
> Tem o PHP-GTK, mas não tenho idéia se é bom ou ruim. Mas se eu fosse um programador novo que quisesse criar interfaces gráficas com uma linguagem script, esse seria um bom ponto para começar: ao menos existe publicação em português sobre o assunto (http://www.novateceditora.com.br/livros/phpgtk/).
>
> []'s
> Alceu
>
>
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