[Cascavel-pm] para refletir
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Sexta Março 12 10:48:07 CST 2004
Luis Campos de Carvalho escreveu:
> Muito poético, Nélson.
> Vamos pensar em termos de medicina:
> Você tomaria medicamentos receitados por um "médico" sem licensa?
> Você tomaria medicamentos fabricados por um "farmacêutico" sem licensa?
> O que (normalmente) acontece a um médico que receita errado?
> É responsabilizado, pelos seus atos. Raramente volta a clinicar.
> O que (normalmente) acontece a um farmacêutico que erra a receita?
> É responsabilizado por seus atos. Raramente volta a manipular receitas.
Você não deve utilizar, GNU/Linux, Gcc, Perl, etc. Pelo que estou sabendo a
licença GPL não é válida para o Brasil por isso eles não têm licença !
Quanto ao Médico e Farmacêutico, eu garanto que você já foi medicado por
alguém que não era médico e já tomou medicamento caseiro, quando o problema
não era complexo. Garanto que se o problema de uma empresa for complexo, o
diretor vai ser o primeiro a querer contratar o melhor especialista da
área.
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Marco Lima
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Luis Campos de
Carvalho Para: Cascavel Perl Mongers <cascavel-pm em mail.pm.org>
<lechamps em terra cc:
.com.br> Assunto: Re: [Cascavel-pm] para refletir
Enviado Por:
cascavel-pm-bou
nces em mail.pm.or
g
12/03/2004
12:31
Responder a
Cascavel Perl
Mongers
Nelson C. T. Ferraz wrote:
> Luis Campos de Carvalho wrote:
>
>> Gostaria de ler, às portas de qualquer empresa de software, em placas
>> de tamanho regulamentado, os nomes dos engenheiros de software
>> responsáveis pelos sistemas que a empresa produz. Gostaria de precisar
>> de licensa e filiação (renovadas a cada 5 anos) para exercer a
profissão.
>
> Linus Torvalds não tinha licença, diploma ou certificação quando começou
> a desenvolver o Linux.
>
> Miguel de Icaza não tinha licença, diploma ou certificação quando
> começou a desenvolver o Gnome.
>
> Marcelo Tosatti não tinha licença, diploma ou certificação quando
> começou a gerenciar o kernel 2.4.
>
> Alguns dos melhores programadores que eu conheço não têm licença,
> diploma ou certificação.
>
> Ainda bem que programação não é uma atividade regulamentada!
>
Muito poético, Nélson.
Vamos pensar em termos de medicina:
Você tomaria medicamentos receitados por um "médico" sem licensa?
Você tomaria medicamentos fabricados por um "farmacêutico" sem licensa?
O que (normalmente) acontece a um médico que receita errado?
É responsabilizado, pelos seus atos. Raramente volta a clinicar.
O que (normalmente) acontece a um farmacêutico que erra a receita?
É responsabilizado por seus atos. Raramente volta a manipular receitas.
--- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- ---
Agora, vou transportar isso para o campo de TI:
Você usa sistemas receitados por sysadmins sem licensa?
Você usa sistemas fabricados por engenheiros de software sem licensa?
O que (normalmente) acontece a um sysadmin sem licensa que administra
mal?
No máximo, é dispensado da empresa e encontra outro lugar para
trabalhar.
O que (normalmente) acontece a um eng. de software que constrói
sistemas ruins?
Na melhor das hipóteses, fica milhonário e famoso, vendendo um
sistema operacional ruim, sem segurança, instável, mal-documentado,
monousuário, mal arquitetado e que desperdiça de 40 a 50% dos cliclos de
processador a milhões de pessoas.
Na pior das hipóteses, é dispensado depois de enrolar durante 3 anos
para terminar um projeto que deveria levar no máximo 3 mêses e encontra
outra empresa, onde é avaliado éla quantidade de tempo em que trabalhou
na empresa anterior, "sempre no mesmo projeto!"...
EM RESUMO:
Eu vejo a regulamentação da profissão e a concessão de licensas para
trabalhar com TI como uma maneira de responsabilizar as pessoas por seus
atos, computacionalmente falando. Precisamos de licensa para dirigir
carros, por que carros podem matar. Mas não precisamos licensa para
programar computadores, apenas por que estes não matam?
Este artigo é uma fantasia sobre um caso perfeitamente plausível na
vida real, usado para estudos de ética na "West Chester University of
PA", pelo professor Richard G. Epstein [epstein AT golden.wcupa.edu]:
http://www.cis.unisa.edu.au/~cisspt/PC2002/ASSESSMENT/KillerRobot.html
Da introdução:
"O caso do robô assassino consiste de 8 artigos de jornal, uma
coluna de jornal, duas transcrições de talk-shows de rádio (de
alta classe) e uma entrevista da revista "Sunday". Este cenário
tem a intenção de levantar questões sobre ética computacional
e sobre ética na engenharia de software"
O artigo exagera, mas tem razão. Se uma pessoa morre por erro médico,
o médico é responsável. Se um prédio cai, o engenheiro é responsável.
Mas o que acontece aos maus engenheiros e administradores de software,
quando "a casa cai"?
Eu traduzirei o artigo a pedidos, se alguém desejar.
Putamplexos!
--
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Luis Campos de Carvalho is BSc in Comp Science,
PerlMonk [SiteDocClan], Cascavel-pm Moderator,
Unix Sys Admin && Certified Oracle DBA
http://br.geocities.com/monsieur_champs/
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