Embora existam pessoas q trabalham pra kct, e não são valorizadas, e como raramente eu vi a mesma coisa valer para coisas materiais ao invés de pessoas, a conclusão é que coisas valem mais que pessoas !?!?!? <br><br><br>
Hora de ir! <br><br><br><br><br>Cheers!<br><br><br><div class="gmail_quote">Em 7 de abril de 2010 17:02, Eden Cardim <span dir="ltr"><<a href="mailto:edencardim@gmail.com">edencardim@gmail.com</a>></span> escreveu:<br>
<blockquote class="gmail_quote" style="margin: 0pt 0pt 0pt 0.8ex; border-left: 1px solid rgb(204, 204, 204); padding-left: 1ex;">2010/4/7 Alexei Znamensky <<a href="mailto:russoz@gmail.com">russoz@gmail.com</a>>:<br>
<div class="im">> Blabos,<br>
> Apesar de eu pender mais para o ponto de vista do Nelson que para o seu, eu<br>
> tenho que concordar com (pelo menos) uma coisa que você disse: existe muitas<br>
> sutilezas nesse assunto.<br>
> E como, via de regra, eu quero mais é ver o circo pegar fogo, eu vou jogar<br>
> mais uma na mesa: O Larry Wall, o Maddog, o Linus, O Tanenbaum, o Beethoven<br>
> e o Mozart, o Rush, o Pink Floyd... you name it: todos eles, sem exceção,<br>
> para escreverem, comporem, <atuarem em quaquer processo criativo>,<br>
> utilizaram conhecimentos/informações que vieram de outras pessoas. Faz parte<br>
> da vida.<br>
> Nós (dificilmente, if ever) criamos alguma coisa realmente *nova*, no<br>
> sentido de que não foi utilizado nesse processo criativo algo que já não<br>
> existisse antes. Vou presumir que isso não seja nenhuma novidade para você<br>
> (ou para os outros), e que possamos partir daí - mas se não for este o caso,<br>
> by all means, é só levantar a bola e a gente tenta se afundar mais neste<br>
> mérito em particular.<br>
> Isso posto, vem aí a sutileza: e o "give back" desses autores pelo uso de<br>
> coisas já existentes, existe? Dificilmente teremos uma resposta genérica<br>
> para essa pergunta - já que isso depende do comportamento, da opinião e da<br>
> escala de valores de cada autor.<br>
<br>
</div>Opa, é aqui onde chegamos no ponto filosófico fundamental que motiva a<br>
divergência: o "valor". Você está correto quando alega que a "criação"<br>
é uma coisa que não existe, é tudo imitado/reutilizado. Esse conceito<br>
é diretamente mapeável para coisas materiais através da lei de<br>
conservação de massas do Antoine Lavoisier ("nada se cria, tudo se<br>
transforma"). No campo intelectual, a analogia é mais sutil mais ainda<br>
existe (Pink Floyd imitando Beethoven que imitou alguém que imitou<br>
alguém que imitou um grilo, etc...).<br>
Então, de onde vem o "valor"? A filosofia mais coerente que eu conheço<br>
é a do Karl Marx, que diz que o valor é proporcional ao "trabalho"<br>
envolvido na transformação de uma coisa em outra. Uma refeição pronta<br>
tem mais valor do que um monte de ingredientes crus e um botijão de<br>
gás. Uma casa construída, mobiliada e pronta para ser habitada tem<br>
mais valor do que um terreno baldio, cheio de tijolos, cimento e<br>
madeira. Uma sinfonia do Beethoven tem mais valor do que toda a<br>
influência musical dele tocada ao mesmo tempo. Um software testado,<br>
documentado e funcional vale mais do que o CPAN inteiro. Por fim, um<br>
livro com informação condensada de maneira concisa e didática vale<br>
mais do que a mesma informação espalhada pela internet, um monte de<br>
páginas em branco e um tonel de tinta. Porque? Porque dá *trabalho*<br>
pegar os elementos existentes separados no universo para formar um<br>
todo coerente. E é por *esse* trabalho que o autor de um livro, um<br>
chef, um compositor, um arquiteto e um engenheiro de software merecem<br>
ser compensados.<br>
Num mundo ideal, as pessoas teriam a noção espontânea de que o cara<br>
que compõe uma sinfonia precisa abrir mão do tempo que ele passaria<br>
cozinhando, logo, alguém precisa cozinhar pra ele em troca do prazer<br>
de ouvir música agradável. A economia tenta simplificar isso<br>
materializando o "valor" pro conceito de "moeda". O problema é que as<br>
pessoas não tem essa noção original de valor, por isso que existe a<br>
instituição da "propriedade" e o conceito de "preço": para forçar as<br>
pessoas a terem noção do valor, e mesmo assim, poucas pessoas<br>
entendem.<br>
Resumindo: como qualquer outra coisa boa, um bom livro e uma boa<br>
música envolvem *muito* trabalho, se você vai se aproveitar desse<br>
trabalho, devolva o trabalho, quando puder. Particularmente, acho que<br>
o mundo será um lugar melhor se todo mundo fizer isso.<br>
<div class="im"><br>
--<br>
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