Oi Solli, bem legal você mandar o e-mail com o assunto que está bem fresquinho. <br><br>Vou tentar descrever aqui na lista o que eu te disse pessoalmente. <br><br>É muito complicado e difícil comparar aspectos sociais das linguagens de programação. A eficiência de uma linguagem não é necessariamente proporcional ao tamanho da comunidade, quem dirá o entusiasmo dela. <br>
<br>No Brasil, Perl sempre foi - leia desde 99 pelo que me recordo - uma linguagem do submundo, assim como C. Ninguém critica sua capacidade computacional, e sim a sua &quot;complexidade&quot;, muitas pessoas acham que podem usar outras linguagens mais &quot;fáceis&quot; como PHP e talvez até Phyton (pq está na moda). Eu acho ainda que somos nós, programadores perl, os principais responsáveis por isso. <br>
<br>Programar Perl sempre foi orgulho para um programador e isso sempre foi muito explícito. Por conhecer a flexibilidade da linguagem nos tornamos pessoas arrogantes e mal educadas excluindo aqueles que não são como nós. <br>
<br>Já presenciei aqui na lista e em outros vários lugares atitudes nada receptivas dos programadores Perl com novatos da linguagem. <br><br>O grande erro dos programadores (em geral) é pensar que as pessoas devem ser como elas:<br>
- pq eles sofreram, todos têm que sofrer;<br>- pq eles aprenderam sozinhos, todos têm que aprender.<br><br>Como uma professora minha de &quot;Design de interação&quot; dizia: se&nbsp; o usuário erra ao usar o seu sistema, quem errou foi você por fazê-lo de forma incorreta&quot;. A maioria dos programadores são egocêntricos e se acham o centro do universo, eles são bons e podem falar com as pessoas como bem entendem. <br>
<br>Nos esquecemos de ver no espelho além da imagem de um &quot;super nerd&quot;, uma pessoa que muitas vezes possui um grande problema social justamente por ser muito FRACO na arte de se relacionar. <br><br>Existem diversas áreas de inteligência e ser um ótimo programador, auto didáta e conhecer de metodologias, padrões e linguagens não faz de nós melhor do que as pessoas que possuem mais dificuldade no aprendizado. <br>
<br>Aí me falam &quot;existem coisas básicas que um programador deve saber&quot;, eu até concordo mas todo aluno do segundo grau deveria entender trigonometria e isso não é o que acontece.<br><br>Ainda citando aquela minha professora, outra vez ela disse que &quot;a forma de aprendizado de um indivíduo está diretamente relacionada à bagagem cultural que essa pessoa possui&quot;. Aí eu pergunto: &quot;Como podemos ser tão exigentes com as pessoas que querem aprender coisas que nós já sabemos se neste país a maioria das pessoas sequer sabe fazer uma multiplicação, nunca foi ao teatro, leu um livro ou foi ao cinema?&quot;.<br>
<br>Antes de mais nada devemos aprender a ajudar as pessoas ou pelo menos não atrapalhar. Isso serve para qualquer programador. <br><br>Falando da lista de Perl, acho que aprender a lidar com pessoas, dar a chance da pessoa provar que é capaz antes de atirar a primeira pedra já pode renovar bastante a comunidade, fazer aparecer os talentos e cumprir a tarefa que qualquer lista se presta à fazer: ajudar as pessoas e uní-las pelos interesses comum. <br>
<br>Depois disso as diversas pessoas que não mandam mensagem para a lista, seja com dúvida ou soluções, poderão participar, se sentir parte e ter orgulho e vontade de palestrar para falar de parte do nosso orgulho: perl. <br>
<br>Abraços e desculpem-me por não sair para beber um dia sequer.<br>[]&#39;s<br><br><br><div class="gmail_quote">2008/4/19 Solli Honorio &lt;<a href="mailto:shonorio@gmail.com">shonorio@gmail.com</a>&gt;:<br><blockquote class="gmail_quote" style="border-left: 1px solid rgb(204, 204, 204); margin: 0pt 0pt 0pt 0.8ex; padding-left: 1ex;">
<span style="font-family: courier new,monospace;">Ola pessoal, depois de perder dois backups sobre a minha proposta de backup e aos cacos (ou só a capa da gaita, como dizem por aqui) por dormir de madrugada e acordar bem cedo segue o meu relato sobre o evento.<br>

<br>Antes de mais nada o FISL estava lotado, boa parte das palestras no qual eu estive estavam lotadas, e o nível das palestras se mantiveram na média dos demais anos. É possível observar apresentadores com bons conhecimentos, mas com dificuldade de expressar estes conhecimentos o quê diminui consideravelmente a extração de alguma informação útil.<br>

<br>Mas teve coisas que me chamou bastante atenção, e que me fez pensar sobre o nosso futuro, sendo elas :<br><br>* Representatividade<br>Nem Java, nem PHP, o que ví aqui foi uma explosão de Python e Ruby. As palestra de &quot;Ruby on the Rail&quot; tinham gente &quot;saindo pelo ladrão&quot;. PHP com o público cativo e volumoso. Teve hora que eu até pensei estar no &#39;PyCon&#39;, tamanho a quantidade de palestras de Python, direta ou inderetamente.<br>

<br>Isto se deve a dois fatores, eu acredito. Primeiro é que estas comunidades estão bastante animadas e participativas, e a outra é que eles conseguiram emplacar muitas apresentações de soluções, que por acaso utilizam estas linguagem.<br>

<br>Conversei com algumas pessoas, e tive a informação que APENAS 5 pessoas postaram proposta na trilha de Perl. Fui uma delas, e tive a alegria de ter a minha proposta de desenvolvimento em Perl aprovada e a tristeza de logo depois tê-la cancelada, isto porquê eu já estava palestrante em sysadmin. Mas isto mostrou, para mim pelo menos, que o problema do Perl não está em algum &#39;preconceito&#39; com a linguagem, e sim na pouca participação da comunidade.<br>

<br>* Divulgação pela solução aplicada e prática<br>Ruby e Python usaram a estratégia de mostar soluções/produtos práticos, e NÃO a linguagem em sí. Percebí que precisamos repensar a nossa estratégia de &#39;marketing&#39;. Todo mundo sabe que Perl é a ferrari para parse de documentos, regex e outras coisas, então falar sobre isto já é chato e pouco &quot;envolvente&quot;.<br>

<br>* Empolgação, renovação e jovialidade<br>Ví a comunidade ruby e python bem empolgada e participativa, e até contagiante (na minha opnião). Ví a renovação, principalmente no python. Ví garotos e garotas, que ví sendo introduzido ao python no fisl 6/7 e neste fisl ministrando palestras de alto nível e para auditório lotado.... aí eu pensei &quot;O quê está ao meu alcance para NÃO ficar como os programadores Cobol ?&quot;<br>

<br>* Perl não morreu<br>Apesar de nem o Randal falar de Perl, as palestras que tinham perl como linguagem base estavam com bom público. Com o YAPC a aceitação foi média e eu realmente credito isto a uma problema que o Lorn já me chamou a atenção e consegui observar aqui na plenitude. Ninguém sabe e nem tem idéia do que é YAPC::*, então isto não chama a atenção, ou pior, fica realmente com a cara do perl, ilegível aos olhos dos pobres mortais.<br>

<br>__FIM__<br><br><br></span>-- <br>&quot;o animal satisfeito dorme&quot;. - Guimarães Rosa
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