[SP-pm] SaoPaulo-pm Digest, Vol 110, Issue 9

Blabos de Blebe blabos at gmail.com
Mon Nov 11 08:54:36 PST 2013


Ok, artista,

> Senão é arte.

Arte é uma empresa sobreviver desperdiçando recursos em retrabalhos que
seriam desnecessários se fosse gasto um pingo de esforço em planejamento, e
cumprindo esse planejamento.

Arte é pegar 2.5 milhões em financiamento pra fazer um produto, entregar um
protótipo meia boca, convencer o cliente que isso é um produto, conseguir
mais 2.5 milhões pra fazer uma segunda *unidade*, entregar um segundo
protótipo, até o cliente sacar que estava sendo enganado, contratar outra
empresa e em uma reunião tacar o HD com o projeto na lata do lixo. Isso é
arte!

Arte é o gerente de TI (sempre eles) querer que a gente fizesse comunicação
entre máquinas distintas com unix pipe ao invés de socket, com NFS
talvez... porque socket era muito complicado e a gente não estava pintando
nenhuma obra de museu.

Arte é o gerente de TI querer que a gente fizesse PPP entre dois rádios
half-duplex, porque ele esqueceu de especificar full duplex. Pra usar o NFS
e fazer pipe, talvez? E depois, "já que vocês não sabem fazer, deixa que eu
resolvo", copiar e colar parte do código fonte do SSH (WTF!?) pra fazer um
protocolo próprio. Esse é artista!

Arte é a gestão das empresas de telecom/tv/etc serem incompetentes demais
pra concorrer com o netflix e querer aprovar leis pra forçar a mensalidade
deles subir pra R$ 120,00, ou a mais genial de todas, cobrar
diferenciadamente pelo tipo de dado que trafega nos seus tubos.

Arte é as empresas terem gestores péssimos, irem mal das pernas e botarem a
culpa no governo, que também tem gestores péssimos, que vem, de onde será?

Arte é uma empresa nao dar aumento pros seus funcionários e contratar dois
caras pelo dobro do preço cada, pra substituir um analista que encheu o
saco e foi ganhar mais em outro lugar. Isso é arte.

Arte é uma empresa entrevistar um cara pra analista de testes e não
contratar ele porque ele achou bugs no software da empresa que ele deveria
testar. Porque "uma pessoa que vê tanto problema no nosso sistema não serve
pra trabalhar aqui". Cara, isso é ser muito artista....

Arte é um gestor contratar um cara que checa CPF fazendo if-else-if pra
cada caracter ao invés de um que escreve a função de validação correta,
porque o primeiro escreve código mais simples de entender. "Qualquer um
pode dar manutenção nisso depois. Pro outro eu precisaria contratar alguém
mais caro depois". Talvez um analista esteja cobrando mais que um pai de
santo hoje em dia...

Arte é o diretor de TI usar assédio moral pra que os funcionários se sintam
em débito com a empresa e trabalhem em situação degradante, o que hoje é
considerado inclusive, trabalho escravo. Lembre dessa quando você pagar sua
passagem de ônibus ou metrô de um grande centro de um grande país que vai
ser sede de um grande evento o ano que vem. Arte é isso.

Eu poderia citar dezenas de exemplos práticos desses, do que é fazer arte,
mas seria constrangedor e eu tenho mais o que fazer.

No próximo ES eu troco "obras de arte" por cerveja, mas só enquanto
consciente.

Salvo algumas exceções, a maioria dos gerentes de TI que eu conheci,
artistas como sempre são, só se importam em falar buzzword (bingo!) e posar
bem na foto e não estão nem aí se eles estão "viabilizando o negócio".
Ainda mais se a empresa vai bem, foda-se o negócio, o importante é eles
parecerem senhores da situação e funcionários que resolvem, são agitadores,
incomodam, já os puxa-saco que também estão sugando a empresa, esses são
legais.

Além do mais, sempre pode ser culpa do estagiário, do Lula, da sorte, do
Diabo...

Porque arte mesmo, é ser incompetente mas conseguir convencer todo mundo
que a culpa da merda é do outro...

[]'s








2013/11/11 Andre Carneiro <andregarciacarneiro em gmail.com>

> Como tudo na vida, creio que TI deve buscar o equilíbrio entre 'tanto faz,
> desde que funcione' e boas práticas. Não é aceitável que um 'gerente'
> imponha prazos fundados na necessidade de velocidade de entrega do cliente,
> sem negociar. Por outro lado, não é aceitável estourar prazos passados pela
> própria TI, e dar como desculpa a aplicação de boas práticas, considerando
> que, pouco ou nada, entrou no caminho para atrapalhar. Bom senso sempre
> coube nesse tipo de discussão. Mas não podemos esquecer que, Infelizmente
> ou felizmente, existe um troço chamado hierarquia.
>
> E o que eu já cansei de ver acontecer, é que muito gerente babaca e/ou
> incompetente ferra a equipe de TI com prazos, justamente porque não
> consegue(igual ao Moisés :D ), e/ou não quer e/ou não é capaz de renegociar
> esses prazos com o nível hierárquico igualmente composto de babacas
> inescrupulosos.
>
> Outra situação desagradável, é quando parte do projeto fica na mão de uma
> fábrica de software terceirizada, para economizar com contratações
> `desnecessárias`, que não consegue, sequer, seguir especificações. E o
> gerente bundão simplesmente repassa a responsabilidade disso para a equipe
> oficial, e ainda exige que a mesma cumpra o prazo que, obviamente, não tem
> como serem cumprido. Mas terá que ser cumprido a qualquer custo, porque a
> última coisa que esse cidadão quer, é subir até o líder dele e dizer que o
> prazo terá que ser renegociado.
>
> Isso acontece o tempo todo! Faz parte do desafio de se trabalhar com TI, e
> acho difícil que mude. Minha opinião sobre isso é que se você não aguenta
> esse tipo de coisa, talvez seja hora de procurar outro emprego, ou abrir o
> seu próprio negócio.
>
>
> Proost!
>
>
>
>
> 2013/11/9 Alceu Rodrigues de Freitas Junior <glasswalk3r em yahoo.com.br>
>
>> Em 09-11-2013 09:50, Marcio Ferreira escreveu:
>>
>>  "Objetivo de TI é viabilizar o negócio. "
>>> Esse é o ponto exato!
>>> leo++
>>>
>>>
>> Não se pode esquecer o outro lado da moeda também:a área de negócios não
>> pode ter a expectativa de forçar as coisas começarem todas erradas e depois
>> querer que dê certo no final. É preciso tentar um meio termo.
>>
>> Tenho certeza que muita gente já teve a sensação de trabalhar em uma
>> pastelaria, onde o pedido feito de manhã já está diferente no dia seguinte.
>> Já passei por situações complicadas com espertinhos de negócios que assumem
>> um compromisso e/ou risco e convenientemente esquecem disso depois.
>>
>> Metodologias ágeis fomentam a maior participação da área de negócios
>> justamente para evitar os pedidos "cabeludos" que não agregam nada para a
>> empresa e sequer são utilizados depois.
>>
>> Algumas vezes, então, só nos resta dizer não. E o que vejo atualmente é
>> uma "bundamolecência" crônica de gerentes de TI que não tem pulso para
>> fazer isso (seja lá por qual motivo).
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>> http://www.linkedin.com/today/post/article/20131108174915-
>> 8353952-how-to-say-no-gracefully?trk=tod-home-art-list-large_0
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>> []'s
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