[Rio-pm] Isso não deveria estar certo???

Marcio Ferreira marciodesouzaferreira em gmail.com
Domingo Dezembro 9 10:24:47 PST 2012


Breno++ while $paciencia

Aureliano, é tradional na comunidade retribuir a ajuda com cerveja #ficadika
On Dec 9, 2012 2:58 PM, "Aureliano Guedes" <guedes_1000 at hotmail.com> wrote:

>  Se tivesse uma bomba eu teria morrido, eu não fui capaz de para de ler no:
>
> > Pronto. Pode parar de ler aqui. É sério. Se, por alguma curiosidade
> > mórbida, vc quiser mais detalhes, continue lendo :)
>
>
> > From: leonardo.balter at gmail.com
> > Date: Sun, 9 Dec 2012 13:15:28 -0200
> > To: rio-pm at pm.org
> > Subject: Re: [Rio-pm] Isso não deveria estar certo???
> >
> >
> >
> > Enviado via iPad
> >
> > Em 09/12/2012, às 04:48, breno <breno at rio.pm.org> escreveu:
> >
> > > 2012/12/9 Aureliano Guedes <guedes_1000 at hotmail.com>:
> > >> Breno, so uma duvida, antigamente eu usava muito arquivos temporario,
> eu
> > >> deixei de usar pois achava que perdia muito em performance.
> > >>
> > >> Você acha que eu perco muito em performance usando a solução 4 no
> lugar das
> > >> outras soluções?
> > >
> > > Resposta brevíssima: não importa.
> > >
> > >
> > >
> > > Pronto. Pode parar de ler aqui. É sério. Se, por alguma curiosidade
> > > mórbida, vc quiser mais detalhes, continue lendo :)
> > >
> >
> > Minha curiosidade não é mórbida. :)
> >
> >
> > >
> > >
> > > Como a maioria das coisas do mundo, depende. Se você tiver RAM
> > > infinita, manter tudo em memória é sempre muito mais rápido do que
> > > fazer acessos ao disco. Para saber mais:
> > > https://en.wikipedia.org/wiki/Space-time_tradeoff
> > >
> > > No entanto, há casos em que você *quer* armazenar dados em arquivos
> > > temporários, não só por questões de memória, mas também para ter
> > > estados intermediários em sua execução. Ou quando, como no exemplo
> > > anterior, vc quer transformar um arquivo em outro. Afinal, pense
> > > comigo: se vc vai ler um arquivo de entrada e escrever num arquivo de
> > > saída, pq precisa que seja o mesmo arquivo? Preservar o arquivo
> > > original pode te ajudar não só na simplicidade do código como nos
> > > casos em que você quer validar os resultados repetindo a execução, ou
> > > depurar seu programa caso algo estranho esteja acontecendo. Sem o
> > > original intacto, como recuperá-lo? Você provavelmente está guardando
> > > cópia do arquivo original em algum lugar (por esses mesmos motivos)
> > > então pq não oficializar a coisa e gravar a saída processada em outro
> > > arquivo (que portanto deixa de ser temporário)?
> > >
> > > Vejamos as operações envolvidas no problema. Sem arquivos temporário,
> > > temos os seguintes passos:
> > >
> > > 1) ler o arquivo todo do disco para memória
> > > 2) processar os dados
> > > 3) voltar a posição do handle para o início do arquivo
> > > 4) escrever o arquivo no disco
> > > 5) truncar o restante
> > >
> > > Já com arquivos temporários, temos:
> > >
> > > 1) ler o arquivo do disco para memória
> > > 2) processar os dados
> > > 3) escrever o arquivo novo no disco
> > > 4) renomear arquivo no disco para substituir original (se não for usar)
> > >
> > > Otimizações à parte, o processo em si é bastante parecido, com uma
> > > ação de leitura e outra de escrita (ok, duas se rolar o rename, mas
> > > não é lá uma grande operação de E/S), então não deve fazer lá grandes
> > > diferenças em termos de desempenho. Antes de continuar, esqueci de
> > > colocar na resposta anterior uma outra solução entre a 4 e a 5, vamos
> > > chamá-la de 4.5:
> > >
> > > ----------8<-----------
> > > #!/usr/bin/env perl
> > > use strict;
> > > use warnings;
> > > use autodie;
> > >
> > > my $nome_original = 'arquivo.txt';
> > >
> > > open my $orig_fh, '<', $nome_original;
> > >
> > > my @linhas;
> > > my $i = 0;
> > > while ( my $linha = <$orig_fh> ) {
> > > if ($linha =~ s/^>.+$/>contig$i/ ) {
> > > $i++;
> > > }
> > > }
> > > continue {
> > > push @linhas, $linha;
> > > }
> > > close $orig_fh;
> > >
> > > open $orig_fh, '>', $nome_original;
> > > print $orig_fh @linhas;
> > > close $orig_fh;
> > > ---------->8-----------
> > >
> > > Essa solução tem duas diferenças em relação à 4. Aqui, estamos
> > > acumulando os dados processados em memória (na variável @linhas) e,
> > > após o processamento, reabrimos o mesmo arquivo, só que para escrita.
> > > Continuamos com o perigo da manipulação sem locking, mas eliminamos a
> > > necessidade do arquivo temporário.
> > >
> > > Particularmente, continuo preferindo a solução 4, pelos mesmos motivos
> de antes.
> > >
> > > Uma nota sobre desempenho: quando o único fator a ser considerado é
> > > desempenho, a melhor solução é escrever em Assembly. Mais ainda:
> > > quando o único fator a ser considerado for desempenho, ou você está
> > > desenvolvendo algo muito específico *mesmo* ou, em geral, há uma
> > > chance muito grande de algo estar fundamentalmente errado no seu
> > > raciocínio. Esse erro é conhecido como "otimização prematura". Nas
> > > palavras de Donald Knuth:
> > >
> > > "Programadores desperdiçam um tempo enorme pensando sobre, ou se
> > > preocupando com, a velocidade de partes não críticas de seus
> > > programas, e essas tentativas de melhorar a eficiência na verdade
> > > acabam tendo um forte impacto negativo quando depuração e manutenção
> > > são consideradas. Precisamos esquecer eficiências menores em, digamos,
> > > 97% do tempo: otimização prematura é a raiz de todo o mal. No entanto
> > > não podemos deixar passar a oportunidade naqueles 3% crítico."
> > >
> > > Sempre que pensar em desempenho, lembre-se dessas sábias palavras.
> > >
> > > (Para saber mais sobre a questão:
> http://c2.com/cgi/wiki?PrematureOptimization)
> > >
> > > Para o seu caso, isso significa: programe SEMPRE com foco em
> > > legibilidade, testabilidade e manutenção. Preocupe-se com desempenho
> > > SOMENTE depois que isso se tornar um problema. Tem pessoas que se
> > > prendem a benchmarks do tipo: a função X me deixa fazer 32000
> > > operações por segundo, enquanto que a função Y me deixa fazer em 27000
> > > operações por segundo, então é FATO que devemos escolher a função X,
> > > pois é mais rápida, certo? Errado. Isso não deveria ser critério de
> > > desempate, vc deveria escolher a função que for mais clara e fácil de
> > > testar e de dar manutenção depois (extender, reduzir, alterar,
> > > acoplar, etc). Afinal, se você faz mais de 1000 operações por segundo
> > > com essa função, já está usando bastante. Mas repare que, mesmo que
> > > você faça 25000 operações *por segundo*, ambas as funções vão
> > > continuar com desempenho imperceptivelmente parecido. Isso é um caso
> > > típico de otimização prematura - você provavelmente não deveria nem
> > > estar procurando saber qual é a mais rápida nesse ponto.
> > >
> > > Pense novamente no seu caso: o programa nem está pronto ainda. Digamos
> > > que leve 3 segundos para rodar. E se levasse apenas 1 segundo (200% de
> > > melhoria em desempenho!!) faria alguma diferença real? E se levasse 5,
> > > em vez de 3? Há o caso maior também: se o seu programa leva 6 horas
> > > pra rodar, faz diferença levar 6 horas e 20 minutos? ou 5 horas e 40
> > > minutos? Provavelmente não. Agora, se leva 6 horas e uma otimização o
> > > faria rodar em apenas 35 minutos, já é algo a se pensar.
> > >
> > > Acredite: as pessoas normalmente passam muito mais tempo dando
> > > manutenção a programas do que gastaram escrevendo os programas em
> > > primeiro lugar. Se vc usar um voodoo ninja sagaz só pra satisfazer sua
> > > sede de desempenho, vc está cometendo dois erros graves: o primeiro é
> > > que está perdendo tempo se preocupando com desempenho antes de isso
> > > ser um problema; e o segundo é que, dali pra frente, vc provavelmente
> > > vai gastar muito mais tempo tentando entender o que aquilo faz, como
> > > funciona e como resolver o pepino sem quebrar nada, do que tempo de
> > > fato resolvendo o problema. Em outras palavras, vc agilizou o tempo de
> > > execução mas retardou o tempo de manutenção. O problema é que
> > > 'execução' quem faz é a máquina, mas 'manutenção' quem faz é você.
> > >
> > > Apenas quando o tempo de execução *realmente* se tornar um problema é
> > > que, aí sim, vc pode procurar por gargalos. Note que não é saír
> > > otimizando loucamente onde der, e sim observar o comportamento da
> > > aplicação e ver onde ela *de fato* está gastando tempo. Muitas vezes
> > > não é onde você acha. Hoje, no mundo Perl, a melhor maneira de se
> > > identificar gargalos de desempenho é com o Devel::NYTProf
> > > (https://metacpan.org/module/Devel::NYTProf), que te dá um diagnóstico
> > > linha-a-linha de desempenho do seu programa. Usar é mole:
> > >
> > > perl -d:NYTProf meu_programa.pl # atenção: isso vai rodar o
> > > programa!!
> > > nytprofhtml --open
> > >
> > > e o seu navegador deve abrir automaticamente com os resultados!
> > >
> > > Você pode experimentar as diferentes soluções apresentadas nessa
> > > thread, ou só as 4, 4.5 e 5, mas sinceramente eu perderia meu tempo
> > > com coisas muito mais importantes como a resolução do problema em si
> > > ou novos desafios. A menos que o desempenho desse programa realmente
> > > esteja prejudicando o trabalho de alguém, caso em que eu rodaria o
> > > nytprof pra saber se o problema está realmente no arquivo temporário
> > > ou em outro lugar. Até que isso se torne um problema, como disse antes
> > > na resposta brevíssima: não importa :)
> > >
> > >
> > > []s
> > >
> > > -b
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