[Rio-pm] Participação Feminina na Comunidade Perl e no Software Livre

Nilson Santos Figueiredo Jr. acid06 em gmail.com
Terça Setembro 1 20:58:47 PDT 2009


2009/9/2 Cristina Amazonas <cristina_amazonas at yahoo.com.br>:
> Minha turma de faculdade era mista, nao tinha mais homens ou mulheres, ou
> gente mais feia ou bonita. Acho q este "mito" das ciencias exatas furada,
> talvez um pouco na Engenharia (?) ou no software basico  ... hummm mas será
> mesmo ?

Oi Cristina,

Depois de passar quase 5 anos do curso de Ciência da Computação da
UFMG, eu posso dizer com certeza que não é mito. Os homens que cursam
Ciência da Computação definitivamente são considerados "abaixo da
média" pelas mulheres (normalmente com umas 2 ou 3 exceções por
turma). Estranhamente, o mesmo não acontece com os cursos de
Engenharia mais difíceis (como Elétrica e Automação).

Se eu sou homem, como eu saberia disso? Bem, eu já fiz esse tipo de
pesquisa com minha namorada. ;-)

Mas mesmo sendo homem dá pra notar coisas como: pessoal de engenharia
costuma andar mais arrumado e, não sei exatamente por que, a média de
altura é maior (quando fazia alguma matéria em uma turma de
engenharia, como só tenho 1,75m, tinha dificuldades pra ver o quadro,
coisa que não acontecia com turmas de computação).

Enfim, apenas curiosidades...

> Me parece o mesmo mito de q todo cara inteligente é nerd, braquelo, fracote,
> nao faz nada da vida, nao vai a festas, nao sabe dançar, odeia esportes ...
> será ? vcs sao assim ??

Eu sou nerd, branquelo, peso só uns 60kg, não sei dançar e eu só gosto
de *assistir* futebol. Serve? ;-)
Mas eu gosto sair (já gostei mais no passado). Então eu sou "quase" assim.

Muitos dos que estudaram comigo também eram assim. E alguns não eram.
Como sou de MG, o "branquelo" realmente era mais raro, mas os outros
aspectos do estereótipo estavam presentes.

Mas enfim, como eu disse na mensagem anterior: uma segunda categoria
de pessoas de exatas são aqueles que eram mais "nerds" até uma certa,
mas depois de uma certa idade na adolescência a testosterona que
ajudou a gostar de exatas (facilita concentração), serviu pra alguma
coisa. Aí eles passaram a tirar notas boas e fazer sucesso com as
mulheres (alguns até demoram um tempo pra perceber a mudança hehe).

Mas eu sou o nerd tradicional mesmo e estou feliz assim. ;-)

> O q me parece é q a sociedade tem alguns mitos e preconceitos. Eu fui
> atleta, nadadora. Campea e recordista brasileira juvenil. "A ninfeta" de
> corpao, nunca fui masculinizada. Parei de nadar aos 16 anos e engordei uns
> 25kg. Dai cheguei na faculdade gordinha e era "a gênia". Aos 21 anos cansei
> de pensar, larguei tudo e fui morar em Londres, ainda uns 15kg gordinha.
> Bastou pegar um vôo de 11h q me transformei da "gênia gorda" a "brasileira
> sexy".

Pelo que você descreveu, daria pra tirar várias conclusões.

Primeiramente, o esporte provavelmente te ajudou a conseguir ter
concentração e determinação, o que é fundamental para o estudo de
ciências exatas em geral.

Segundo, poderia-se levantar a hipótese que você tem um nível de
testosterona ligeiramente maior que o usual para mulheres. Pouco o
suficiente pra não te deixar "masculinizada", mas que te dava alguma
vantagem tanto nos esportes, quanto no aspecto físico em geral, quanto
nos aspecto de concentração e foco em geral (que leva às exatas).

Por fim, você pode ser simplesmente um ponto fora da curva.

Mas eu acho que foi o esporte mesmo. Provavelmente, para ser
recordista brasileira juvenil, você deveria treinar bastante, o que te
manteve longe o suficiente das coisas "mundanas" no momento certo da
vida - a idade que você cita, 16 anos, bate exatamente com a hipótese
que levantei no email anterior.

Depois que seu cérebro já foi "ligado" de um jeito, você pode ir fazer
o que quiser da vida, o funcionamento já vai estar definido. O que eu
acredito é que tem um momento crucial em algum ponto variável entre os
10-17 anos que é o momento decisivo pra maioria das pessoas. Mas isso
vem diretamente do "Instituto de Pesquisa Nilson Santos F. Jr." - é
apenas minha opinião pessoal.

-Nilson Santos F. Jr.


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