[Rio-pm] Participação Feminina na Comunidade Perl e no Software Livre

Terça Setembro 1 17:51:17 PDT 2009

Gostei!

Existem vários fatores, nesse mesmo temas acabamos abordando vários
problemas:

1 - Educação de Base

Essa é uma questão que pode levar dias para ser esclarecida, mas também deve
ser a primeira. E claro que precisamos fazer de fato uma reforma na educação
primária e secundária, e existem vários modelos que podem servir de
referência, mas deve ser referência, porque a condição social e histórica de
cada país é muito específica, e muito importante quando vamos analisar um
modelo ideal.

Nos ultimos meses tenho participado de várias debates sobre esse assunto,
com profissionais do mercado de trabalho, professores universitários,
professores primários e secundários e outras pessoas, e o ponto mais
importante desses debates está diretamente ligado a formação do cidadão,
seja ele pobre "Favelado" ou de uma classe social mais elevada "Playboy",
porque a formação de um cidadão não deve fazer diferença entre ninguém, e é
uma direito de todos.

Atualmente as escolas chamadas de primárias e secundárias estão deixando de
lado o seu objetivo mais importante, que é formar o cidadão, para fazer com
que seus alunes passem nas provas e entrem em uma faculdade, isso quando
ainda se preocupam, porque para algumas basta tirar o aluno da rua e colocar
em uma "sala de aula", mas não com a intenção de formar essa pessoa.

Temos exemplos de disciplinas que constavam no curriculo escolar antigamente
que hoje não fazem mais parte, que eram de fundamental importância para
formação do aluno, um exemplo do meu tempo, era Educação Moral e Cívica,
pois é, eu nasci na época da ditadura, ela foi extraída por causa da sua
relação com a ditadura, mas mesmo tendo na época um âmbito questionável,
deveria ter sofrido algumas auterações, porém nunca deveria ter saído do
curriculo. Mas não é só ela que saiu, para os com alguns anos atrás como o
"perlnajaca", também existia em sua época, carpintaria, culinária, corte e
costura, etc. Parece até brincadeira mas é sério e muito importante, porque
para se tornar um cidadão e exigir seus direitos, a pessoa precisa saber
quais são eles.

Esses já são alguns pontos sobre a educação base, que acredito poder ser
acrescentado um modelo de educação secundária técnica, que praticamente
desapareceu do cenário brasileiro, dando lugar a um modelo de formação
superior técnica, que diz prepar o profissional para o mercado de trabalho.

2 - Formação Superior

Essa parte, acredito que o Henrique pode ajudar bastante para esclarecer
como se deve ocorrer a reforma, e como esta sendo feita, mas analisando o
modelo atual, como as formações técnicas superiores, que acabam surgindo por
uma demanda do mercado por mão de obra capacitada, porém não qualificada,
pois é fácil confundir as duas coisas. Mas não ache que esse fenômeno
acontece só aqui no Brasil. A  Europa sofre do mesmo problema, e para
"solucionar" esse problema, estão implementando o Processo de Bolonha, que
apesar de afirmarem que não é a mesma coisa, tenho minhas dúvidas, e depois
de realizar varios debates com professores do Instituto Politécnico de
Tomar, chegamos a conclusão que acaba sendo a mesma coisa, mas com
nomenclaturas diferentes.

"*Aderir à Declaração* de Bolonha não significa retirar um ou dois anos aos
cursos de licenciatura que tínhamos, ou transformar os antigos bacharelatos
em licenciaturas e as licenciaturas em mestrados. Antes pelo contrário!

O Processo de Bolonha significa reorganizar o processo formativo em torno de
novos valores: as competências e não só os conteúdos, as aprendizagens e não
simplesmente o ensino, a participação e o envolvimento de todos os agentes
implicados e não apenas a participação de professores nas aulas e de
estudantes no estudo e nos exames."
Para entender melhor o que acontece, é o seguinte, no lugar dos 4 a 5 anos
de formação, o bacharelado deixa de existir, a licenciatura passa a ser em 2
anos, e o aluno já esta formado, para quem deseja se qualificar, faz mais 2
anos e sai com o Mestrado. Se compararmos com o nosso modelo, podemos pensar
que a licenciatura deles é nosso Tecnólogo e o Mestrado deles equivale ao
nosso Bacharelado, não vejo muita diferença, e se olharmos com bons olhos,
vamos ter profissionais mais qualificados do que o deles.

3 - Demanda de Mercado x Pessoal Capacitado

Esse é o grande vilão na formação profissional, mas não podemos culpar a
demanda e agradecer que ela exista, mas precisamos sim nos preparar para
atender essa demanda, não apenas com profissionais capacitados, mas sim
qualificados, e isso pode e deve começar a ser feito na educação primária e
secundária. Porque só depois de oferecer um formação ideal para as pessoas,
que elas poderão compreender a diferença entre se capacitar e se qualificar.

4 - A Mulher dentro disso tudo

Bem, como já disse anteriormente, na minha visão isso é uma evolução natural
que existe, e depende muito das mulheres continuarem a se colocar como
iguais no mercado, e os homens perceberem que essa igualdade além de ser de
extrema importância, vai trazer melhorias e agregar muito valor em todos os
níveis.

Bom acho que já dá para começar a tricotar essa toalha!

2009/9/1 Solli Honorio <shonorio em gmail.com>

>
>
> 2009/9/1 Alexei Znamensky <russoz em gmail.com>
>
>> Solli,
>>
>> O "engresso" foi ótimo.
>>
>
> Foi péssimo...
>
>
>>
>> Na minha sinistra e negra opinião, o problema está na base. Nós temos uma
>> (ou duas, ou x) gerações de pais que delegaram a educação dos filhos à
>> televisão. Apesar de, nem todos os que cresceram vendo TV massivamente se
>> tornaram acéfalos, a grande maioria possui tanta atividade cerebral quanto
>> um pé de alface. Ok, estou exagerando. Mas você sabe que a maioria -
>> infelizmente - se comporta como ovelhi-i-i-i-i-i-i-i-i-i-nhas. Quer saber o
>> que a maioria vai estudar? Assista a novela, hare-baba!! Quer saber o que as
>> mulheres vão buscar, e os homens também? Simon says: 'Seja fofolete e
>> compre, compre compre e compre'. E lá vão elas.
>>
>> Como você pode ver, eu também não sei as respostas.
>>
>> As empresas estão, de fato, empenhadas em formar profissionais na área.
>> Por outro lado, arrocham o salário e demitem a torto e a direito (nos EUA
>> pelo menos, a IBM - que eu sei - está com o facão voador na ativa). Então,
>> qual é o estímulo que elas proporcionam aos jovens egressos do ensino
>> secundário? Venha trabalhar bastante, ganhar pouco, e correr o risco de
>> perder o emprego? Eu não estranho que eles não estejam acreditando muito.
>>
>>
> Pensando melhor, acho que vou virar virar  *celebridade*  de TV e
> contribuir com acefalia mundial ...
>
>
>> Cansei. Vou terminar aqui. Acho que vou cozinhar, ou ver episódios do
>> Galactica.
>>
>> Cheers,
>> Alexei
>>
>> 2009/9/1 Solli Honorio <shonorio em gmail.com>
>>
>> Marco, e a que conclusão vcs chegaram para facilitar/incentivar a entrada
>>> de mulheres no mundo do software livre ? Eu compreendo a tua questão, e
>>> talvez a resposta possa ajudar a diminuir a evasão dos cursos de ciência da
>>> computação (que é de 28% no Brasil - http://bit.ly/10AUWq), ou o declino
>>> continuo das últimas décadas de estudantes americanos na opção pela
>>> graduação em ciências exatas.
>>>
>>> Este é um tipo de discusão no qual Google, IBM, Microsoft, e todas as
>>> demais, estão empenhadas; mas nunca ví nada realmente produtiva. Nunca ví
>>> trabalho algum destas grandes empresas que possam responder questões como :
>>>
>>> O que faz uma pessoa obtar por uma formação de exata ou humana ?
>>> O que torna o mundo da tecnologia um clube do bolinha, se é que é ?
>>> Esta 'pré-disposição' do homem para o mundo das ciências é natural e
>>> biológica, ou apenas uma questão cultural ?
>>>
>>> Sinceramente não tenho a menor idéia de resposta para estas perguntas,
>>> aliais nem consigo enumerar as questões que possam dificultar o engresso das
>>> mulheres no mundo da computação, e por isto eu adoraria ler o quanto foi
>>> produtiva a tua discussão sobre este assunto no último ES.
>>>
>>> Um abraço,
>>>
>>> Solli M. Honório
>>>
>>>
>>>
>>> 2009/9/1 Marco Lima <braun.lima em gmail.com>
>>>
>>>> Esse é um dos pontos: Como não discrimiar a entrada feminina!?
>>>>
>>>> Para alguns pode parecer alg simples, mas para as mulheres muitas vezes
>>>> não é!! Um exemplo utilizado no debate do encontro social, foi o epsódio que
>>>> evolveu a comunidade Linuxchix e o site Viva o Linux, onde o mesmo publicou
>>>> um artigo que usava como ilustração do artigo uma mulher sensual vestia com
>>>> pouca roupa, e isso acabou gerando uma grande discução envolta do fato de
>>>> que atitudes igual a essa, acabam que rotulando a comunidade como "clude do
>>>> bolinha", o que acaba intimidando a pesença de mulheres no grupo.
>>>>
>>>> 2009/9/1 Andre Luis <alpbs2003 em gmail.com>
>>>>
>>>> Infelizmente, acho que não só com software livre mas com a area de ti em
>>>>> geral, temos poucas mulheres.
>>>>>
>>>>> a melhor maneira de ajudar esse processo de evolução é não
>>>>> discriminarmos a entrada feminina :) o resto eu acredito que vem
>>>>> naturalmente.
>>>>>
>>>>> abs
>>>>>
>>>>> 2009/9/1 Marco Lima <braun.lima em gmail.com>
>>>>>
>>>>>>   Salve Monges!
>>>>>>
>>>>>> Aqui esta um bom assunto para se debater, que foi tema de discução no
>>>>>> ultimo encontro social.
>>>>>>
>>>>>> Bom, foram apesentadas diversas visões sobre o assunto, as quais
>>>>>> prefiro que autores as apresentem.Para iniciar o debate, vou colocar a
>>>>>> seguinte visão.
>>>>>>
>>>>>> Acredito que o processo de participação das mulheres de seguir um
>>>>>> evolução natural, igualmente aconteceu com os homens, pois infelizmente
>>>>>> sabemos que a mulher ainda luta com um preoceito muito forte na área de
>>>>>> tecnologia, como em outras áreas, algo que chega subvalorizar o seu
>>>>>> trabalho, que geram resultados horríveis como desigualdade salarial. Mas a
>>>>>> questão maior é o porque disso acontecer nas comunidades de Software Livre.
>>>>>>
>>>>>> Bom, a minha visão é um pouco diferente, acredito que justamente no
>>>>>> Software Livre elas poderam encontrar uma igual maior, mas não menos
>>>>>> machista, a questão é que até mesmo para os homens, foi muito duro, ou ainda
>>>>>> é, trabalhar com Software Livre, e receber alguns rótulos não muito
>>>>>> agradáveis, mas a questão é que estamos conseguindo ganhar cada vez mais
>>>>>> espaço no mercado, e o que era discriminado à alguns anos, passa a ser
>>>>>> requisito, e a cada dia a mentalidade das pessoas mudam. Por isso acredito
>>>>>> que o mesmo acontecerá com o espaço das mulheres, que nesse momento se
>>>>>> sentem pressinadas, resultando em uma reação, ou melhor contração e
>>>>>> intimidação, por conta dessas atitudes nem um pouco condizentes com a
>>>>>> proposta de liberdade que defendemos.
>>>>>>
>>>>>> Gostaria de gostaria de perceber a visão de vocês e o que poderiamos
>>>>>> fazer para ajudar agilizar esse processo evolutvo.
>>>>>>
>>>>>> [ ]´s
>>>>>>
>>>>>> --
>>>>>> Marco Lima
>>>>>> braun.lima em gmail.com
>>>>>>
>>>>>> "Ter acesso ao conhecimento é um dever de todos; transmitir
>>>>>> conhecimento é um dever de quem tem."
>>>>>>
>>>>>> "Na visão do hacker, o sentido da vida está em dedicar-se a uma
>>>>>> paixão. Esta paixão é, na realidade, uma atividade significativa,
>>>>>> inspiradora e prazerosa para o indivíduo, seja ela rotulada como "trabalho"
>>>>>> ou como "diversão."
>>>>>>
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>>>> é um dever de quem tem."
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>>>> Esta paixão é, na realidade, uma atividade significativa, inspiradora e
>>>> prazerosa para o indivíduo, seja ela rotulada como "trabalho" ou como
>>>> "diversão."
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>>> "o animal satisfeito dorme". - Guimarães Rosa
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"Ter acesso ao conhecimento é um dever de todos; transmitir conhecimento é
um dever de quem tem."

"Na visão do hacker, o sentido da vida está em dedicar-se a uma paixão. Esta
paixão é, na realidade, uma atividade significativa, inspiradora e prazerosa
para o indivíduo, seja ela rotulada como "trabalho" ou como "diversão."
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