[Cascavel-pm] Sistema de Login

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Terça Setembro 1 06:27:16 PDT 2009


Pessoal.. não sei se a minha experiência vale.. mas...
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O ponto final é que reinventar a roda é válido caso as seguintes
considerações forem verdadeiras:

1) O que existe atualmente não é a solução ótima para o seu problema
2) Você entende os riscos e as conseqüências de reinventar a roda
3) Você sabe em que ponto está (mas não necessariamente para onde está indo)
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Eu assumi os riscos e me dei muito bem.. não foi de uma hora para outra 
não.. demorou.. uns 03 anos de investimento até começar a ter algum 
retorno..

Hoje já se passaram 15 anos.. o meu sistema concorre com o que a de melhor 
no mercado internacional...

Abs

Acreditem em si.


----- Original Message ----- 
From: "Nilson Santos Figueiredo Jr." <acid06 em gmail.com>
To: "Cascavel Perl Mongers" <cascavel-pm em pm.org>
Sent: Tuesday, September 01, 2009 1:50 AM
Subject: Re: [Cascavel-pm] Sistema de Login


2009/8/31 Eden Cardim <edencardim em gmail.com>:
> Não estou sendo xiita, estou sendo científico, e ciência
> necessariamente requer pesquisa e experimentação. "Inovação", por
> definição, envolve criar algo que ainda não existe, e a chance de você
> conseguir criar algo que já não exista sem conhecer as coisas
> existentes é bastante remota. Uma coisa é você não querer usar uma
> solução existente porque ela não se adequa a sua necessidade, outra é
> não usar por motivos arbitrários e infundados. Posso estar errado, mas
> ver uma solução funcionando é o melhor caminho para se aprender a
> construir uma solução melhor. Até onde eu sei, todas as inovações
> tecnológicas, científicas e até artísticas são
> evoluções/transformações de soluções anteriores. Particularmente,
> imagino que vencer obstáculos e criar novos níveis de especialização
> faz parte da inovação tecnológica. Afinal de contas, ninguém escreve
> mais seus próprios device drivers ou compiladores, porque isso é um
> problema ultrapassado, hoje em dia, as pessoas podem focar em criar
> coisas mais úteis, não ficar re-resolvendo o mesmo problema
> eternamente. Então, na minha opinião, acontece exatamente o contrário:
> conhecer as soluções existentes favorece a inovação.

De fato, você está correto. Ninguém (competente) começa a criar nada
novo sem estudar a fundo o que já existes. Com isso você consegue ver
os pontos fortes e fracos e, com sorte e esforço, consegue criar algo
melhor no final das contas.

Mas existem milhares de pessoas escrevendo device drivers e compiladores por 
aí.

Aliás, a pesquisa em compiladores é um dos ramos mais promissores
atualmente na Ciência da Computação, graças ao surgimento das novas
arquiteturas. Problemas que antes eram intratáveis sem ter um
super-computador, hoje podem ser resolvidos na sua casa, utilizando a
sua GPU. Uma das grandes frentes de pesquisa atualmente é desenvolver
compiladores que consigam fazer uso destes recursos. Essa pesquisa é
desenvolvida na nVidia, com o CUDA, para qualquer tipo de programação
para PlayStation 3 ou dos Blades da IBM, por causa do Cell e pela
própria Intel com sua arquitetura Larrabee.

Em geral, existem dois tipos de inovações tecnológicas: as
incrementais e as do tipo "degrau".

Voltando ao exemplo anterior de processadores, estes vem seguindo uma
evolução incremental faz muito tempo. Aumentam a freqüência, número de
instruções por ciclo, quando não conseguiam mais tirar leite disso,
começar com o multi-core. Essas foram todas evoluções incrementais.
Com o advento das GPGPUs você teve uma evolução do tipo degrau: de uma
hora pra outra, você tem programas que rodam de 100 a 1000 vezes mais
rápido - mas tudo tem de ser feito diferente, tudo é novo.

Eu me lembro que alguns anos atrás algumas pessoas começaram com a
idéia de escrever programas não relacionados com aplicações gráficas
em "shader language", a linguagem utilizada para programar um tipo de
efeitos visuais em jogos. As implementações eram trabalhosas,
não-intuitivas, difíceis de entender e muitas vezes eram simplesmente
ruins. Eles faziam isso porque acreditavam que a GPU poderia ser
utilizada como uma engine de processamento vetorial genérica, que ela
servia pra mais coisa além de jogos e processamento gráfico em geral.

Se ninguém tivesse feito essa reinvenção da roda, isso não teria acontecido.

É similar a abrir uma empresa de software. Com uma carteira de
clientes, não é tão difícil assim progredir e crescer uma empresa que
faz software sob encomenda. No primeiro ano você começa faturando
200mil, cresce pra 300mil no segundo ano, 450mil no terceiro, mantendo
um crescimento de 50% ao ano (*bem* considerável), em dez anos vai
estar faturando 11 milhões. Parece a descrição de um case de sucesso
na área e os fundadores se tornaram milhonários.

Mas considere isso: os criadores do Skype venderam a sua empresa pro
eBay por alguns bilhões de dólares depois de quanto tempo? Uns 3 anos?
Qual o valor de mercado atual do Facebook? Lembre-se que o Facebook
surgiu numa situação já dominada pelo MySpace e o Friendster (ou seja,
reinventou triplamente a roda).

Então o conselho prudente é "não reinventar a roda" porque 95% das
pessoas que tentam fazer isso acabam se queimando. Existiram
provavelmente centenas de outras redes sociais que surgiram antes, na
mesma época ou depois do Facebook que não deram certo.

De fato, em qualquer área com uma alta recompensa proporcional, pelo
menos uns 95% dos que tentam acabam se queimando ou não chegando a
lugar nenhum (na melhor das hipóteses). Ciência, empreendedorismo,
futebol, artes visuais, até mesmo poker... e a lista continua.

O conselho prudente é útil para garantir que a carruagem continue
andando. Por outro lado, Mas aquela pequena fatia de 5% dos que não
seguiram o conselho prudente e que não se queimaram foram os que
trabalharam para que não andemos mais de carruagem nos dias de hoje.
E, para que isso aconteça, infelizmente precisamos que os outros 95%
se queimem.

Eu poderia continuar fazendo uma analogia sobre como isso se assemelha
com a seleção natural mas eu vou parar por aqui, já são 1:45 da manhã
e eu duvido que vai ter gente que vai ler isso até este ponto. ;-)

O ponto final é que reinventar a roda é válido caso as seguintes
considerações forem verdadeiras:

1) O que existe atualmente não é a solução ótima para o seu problema
2) Você entende os riscos e as conseqüências de reinventar a roda
3) Você sabe em que ponto está (mas não necessariamente para onde está indo)

-Nilson Santos F. Jr.
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