[Cascavel-pm] [JOB] Senior Perl Programmers for work on a largeCMS

Nilson Santos Figueiredo Junior acid06 em gmail.com
Segunda Junho 23 14:14:20 PDT 2008


2008/6/23 Daniel Ruoso <daniel em ruoso.com>:
> Como alguém que cursa (quase concluído) Ciências Sociais, eu tenho que
> argumentar que as faculdades (especialmente de ciências da computação)
> não são sempre a melhor referência para profissionais da área. Mas não
> estou com tempo para entrar na discussão de verdade, então fica só o
> fósforo aceso... ;)

Claro.

Até porque, eu mesmo ainda não concluí minha graduação. E comecei a
trabalhar com desenvolvimento antes mesmo de ter entrado na faculdade.
Uma coisa que eu abomino são pessoas que dão mais valor ao diploma do
que a outras coisas, por isso, peço que não me entenda errado.

A relação é no outro sentido. Não quer dizer que pra ser bom precisa
de ter um diploma de computação em uma universidade renomada. O que eu
quis dizer é que, estatisticamente, pessoas que saem de boas
universidades são melhores profissionais e ganham melhores salários.

Antigamente, eu costumava achar que universidade não servia pra nada,
era só um pedaço de papel no final do curso e eu só iria cursar porque
tinha a percepção de que a única forma de conseguir um bom emprego
seria com o tal pedaço de papel. Hoje, graças a $deity, sei que ambos
pensamentos estavam errados. A universidade serve pra alguma *e* é
perfeitanente possível conseguir um bom emprego em computação *sem*
ter um diploma sequer.

Pra ser sincero, acho que o papel mais importante de uma boa
universidade é funcionar como um filtro.

Não digo que seja impossível, mas é *muito* difícil uma pessoa
completamente ruim conseguir formar em um curso reconhecidamente bom
de Ciência da Computação. As que forma sempre estão, pelo menos, na
média ou acima da média do mercado.

Aí está o ponto chave. Eu não conseguia entender isso até passar por
isso pessoalmente.

Existe alguma coisa em passar 2 ou 3 dias sem dormir pra conseguir
fazer algum programa complexo escrito em C funcionar da maneira mais
eficiente, 4 vezes em um semestre, que transforma as pessoas. Eu
acredito que uma pessoa que tenha feito como exercício de programação
em redes uma implementação de uma variação do protocolo Ethernet que
seja confirmado (e não best-effort delivery) é mais capaz de entender
uma aplicação real que as outras que apenas leram slides explicando
como isso funciona. Com isso, eu já vi várias pessoas que antes não
sabiam programar direito, era só aquela coisa teórica mesmo, realmente
aprendendo a resolver problemas.

Muitos dessa lista, talvez os "mais antigos", provavelmente
trabalhavam na época em que essas coisas talvez fossem realidades
cotidianas. Pra estes, essa experiência veio de graça. Hoje em dia,
boa parte dos recém-formados por aí nem sabe o que é um ponteiro ou o
que a JVM está fazendo quando você digita uma linha de código em Java.
Acaba que a única chance de ter essa experiência hands-on é na
universidade e isso faz a diferença.

Uma boa universidade funciona como um nivelador por cima. Ela garante
(claro, com um certo intervalo de confiança) que os formandos terão um
certo grau de qualidade. Mas isso não significa que eles serão os
melhores. Em universidades boas ou ruins, os melhores costumam ser os
autodidatas. Por exemplo, você cursa Ciências Sociais. Mas se cursasse
Ciência da Computação, acredito que se destacaria em sua classe.

Enfim, espero que tenha ficado claro.

O resumo é: não quero dizer que pra ser bom precisa de ter diploma em
uma boa universidade. Mas, ter um diploma em uma boa universidade é um
indício de que provavelmente essa pessoa tem mais chances de ser acima
da média.

-Nilson Santos F. Jr.


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