[Cascavel-pm] Perl training

Nilson Santos Figueiredo Junior acid06 em gmail.com
Domingo Abril 6 17:33:20 PDT 2008


2008/4/6 Marco Lima <mago.perlbr em gmail.com>:
> Bom, no mercado do Rio de Janeiro e São Paulo o cenário não é esse, tenho
> visto cada vez mais aumentar as oportunidades para Perl, e a aposta em
> projectos maiores esta cada vez mais constantes.

Realmente não sei confirmar ou não isso. Eu conheço muita gente que
trabalha com desenvolvimento pelo Brasil e, com exceção das pessoas
aqui da lista, ninguém que eu conheça trabalha com Perl ou sequer
conhece uma empresa que trabalhe com Perl. Conheço gente que trabalha
com Java, .NET, C++, Python, Ruby, PHP e até mesmo tecnologias como
Delphi. Conheço muita gente aqui de Belo Horizonte (e daqui eu posso
falar com pleno conhecimento) mas também conheço várias pessoas de SP
e algumas do RJ. Mas sou bem desinformado em relação ao que é usado
fora do sudeste.

Eu posso te dizer com certeza que aqui em Belo Horizonte esse não é o
caso. E a indústria de TI daqui tem se tornado uma fatia cada vez mais
relevante do mercado nacional, graças a algumas empresas maiores (que,
obviamente, não utilizam Perl).

> " ... Mas dificilmente uma empresa irá escolher Perl por conta própria ..."
> não percebo que esta querendo dizer? bom, empresas contratam especialistas
> que escolhem as tecnologias, essas pessoas escolhem a tecnologia conforme
> suas necessidades ... podem escolher tecnologias erradas ou certa, mas isso
> não importa para a questão ... o que posso perceber, é que os
> "especialistas" não tomam a decisão pelas qualidades da tecnologias, mas
> pela influência da mídia, presentes de fornecedores ou simplesmente por não
> serem tão "especialistas" assim. Quanto a empresas escolherem, SIM ... elas
> escolhem Perl como ferramenta, empresas de telecomunicações e indústrias são
> as mais cotadas, pelo simples facto de quem selecciona as tecnologias são
> muitas vezes engenheiros e não informáticos tendenciosos .

Procure saber sobre como são os sistemas de TI em grandes empresas no
Brasil como Vale, CST, Gerdau, etc (empresas que não são diretamente
envolvidas em TI, apenas utilizam como suporte). Eu te pago uma
cerveja no dia em que nos encontrarmos (se isso ocorrer algum dia) se
você me der um exemplo de utilização de uma linguagem/plataforma que
não seja: Java, .NET, Delphi, ou PHP. Não precisa nem de ser Perl,
Python já serve. Aliás, eu até sei que uma dessas tem alguns projetos
pilotos usando Ruby on Rails, mas isso é pouco conhecido e eu não me
lembro qual delas então eu até deixo isso entrar na aposta. ;-)

Note que eu não estou dizendo que eu acho esses sistemas interessantes
de um ponto de vista tecnológico. Pelo contrário. O fato é que a
grande parte dos desenvolvedores serão empregadas nessas áreas e, por
conseqüência, a maioria acaba aprendendo somente as linguagens
relevantes para o mainstream. Isso significa que mesmo os melhores
profissionais podem acabar restritos à essas plataformas e, por isso,
é uma posição de risco menor para uma empresa assumir um projeto
grande desenvolvido em Java do que em Perl.

> "Você não vê estudantes saindo da universidade e querendo aprender Perl..."
> Bom ... realmente falar do Brasil nesse momento eu não poderia, pois já
> estou quase 3 anos aqui, mas em Portugal temos Universidades que contam com
> Perl no seu quadro, e outras investem nessa formação, e muitos alunos saem
> atrás de querer aprender Perl, e posso afirmar que em Portugal "Saber Perl
> faz bem para saúde e para o bolso.". Quanto ao Brasil até 2005, quando ainda
> estava por ai, tinha um forte envolvimento com Universidades do Rio de
> Janeiro e São Paulo e posso dizer que o cenário não era muito diferente.

A participação de Perl na maioria as universidades reconhecidamente
boas aqui no Brasil é mínima ou nula. Em geral, o uso de Perl costuma
ser restrito à nichos como bioinformática ou tratamento de
informações. E mesmo nesses nichos vem perdendo espaço. Em especial na
bioinformática onde Python já ganhou bastante terreno (em parte por
causa de um projeto de grande porte da IBM que requeria ferramentas
escritas em Python).

> Perl não disputa mercado com Python, Ruby ... eles estão na disputa com Java
> e C# ... por isso esta percebendo esse aumento, com o encolhimento Java,
> talvez natural  depois do Boom, mas como disse o C# ganha espaço na
> plataforma Windows e  Python  e Ruby na plataforma Linux ... o Perl está
> sendo aplicado onde sempre foi, como o C, esta lá e ninguém fica
> questionando ou preocupado com sua posição no mercado, é estável, presente e
> não alterado ... mas podemos ainda perceber mesmo que seja pequeno, um
> crescimento em outras áreas nunca antes trabalhadas, e isso pode ser bom.

Bom, eu não sei. Na minha cabeça os competidores diretos de Perl são
outras linguagens dinâmicas, isto é, Python e Ruby. Elas não são
linguagens similares a Java, são linguagens similares a Perl e possuem
boa parte das qualidades e "defeitos" em comum. Todas elas te dão
tanta corda para se enforcar quanto queira e não acho que de forma
alguma uma linguagem assim compete com Java, que possui uma filosofia
justamente o contrário.

Enfim, o que eu quero dizer é que eu acredito que Perl no Brasil não
vale a pena. Se eu estivesse mirando para uma carreira como empregado
de uma empresa de desenvolvimento de software no Brasil, iria procurar
aprender um pouco mais de Python ou Ruby, que me parecem ter mais
futuro por aqui. Pode ser que essa situação está mudando - e eu
ficaria muito satisfeito se esse fosse o caso. Mas acredito que não.

-Nilson Santos F. Jr.


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