[Cascavel-pm] mercado de trabalho brasileiro (era: Várias Variações de Variáveis...)

Nilson Santos Figueiredo Junior acid06 em gmail.com
Segunda Junho 25 07:40:44 PDT 2007


On 6/25/07, Alceu Rodrigues de Freitas Junior <glasswalk3r em hotmail.com> wrote:
> Como esses cursos capacitam o aluno a poder desenvolver soluções e trabalhar
> com pesquisa o mercado aproveita muito pouco disso. São poucos as pessoas
> que eu conheço que escolheram essas áreas e que efetivamente trabalham com
> pesquisa. É uma pena, mas o empresariado no Brasil investe muito pouco em
> pesquisas que não sejam relacionadas com agropecuária.

Acho que vai muito do que você entende como "pesquisa". Realmente,
pesquisa acadêmica em empresas privadas é algo raro aqui no campo da
computação. Só existe alguma coisa considerável no campo da
biotecnologia.

Contudo, eu acredito que o desenvolvimento de qualquer coisa nova é
interessante e pode ser visto como "pesquisa", afinal a idéia de
pesquisa é resultar em coisas novas, não necessariamente estritamente
teóricas.

> Quando terminei o curso técnico eu não optei por fazer engenharia elétrica
> porque iria aprender uma porção de coisas que eu simplesmente não
> conseguiria usar: tenho um punhado de colegas que hoje fazem qualquer coisa,
> menos desenvolver sistemas elétricos ou de telecomunicações. Na melhor das
> hipóteses eles trabalham como técnicos superqualificados.

Eu não vejo esse tipo de coisa acontecendo com pessoas que saem de
cursos de engenharia como controle e automação. O pessoal da UFMG, em
geral, realmente vai trabalhar em indústrias ou automação de
processos. Alguns acabam no ramo de desenvolvimento de software.

A taxa de pessoas de computação que acabam como webdesigners é algo
maior, na minha opinião. Mas, em geral, a maioria das pessoas que saem
de faculdades de qualidade conseguem ocupações que sejam minimamente
interessantes.

O problema todo é quando você considera o quadro como um todo, levando
em conta aqueles que se formaram nessas faculdades que pipocam a cada
dia por aí. Mas o que você esperava, nesse? Eu prefiro contratar um
técnico em eletrônica que acabou de sair do Coltec (o colégio técnico
da UFMG) do que algum graduando dessas faculdades. A primeira empresa
que eu trabalhei era assim. Ela contratava somente gente da UFMG,
vindos do Coltec, do curso de Ciência da Computação ou do curso de
Engenharia de Controle e Automação (os 2 mais difíceis por aqui na
área de exatas).

Isso faz muito sentido e a empresa é bem sucedida e lucrativa (apesar
de ter uma filosofia de desenvolvimento que não seja compatível
comigo, por isso saí).

-Nilson Santos F. Jr.


Mais detalhes sobre a lista de discussão Cascavel-pm