[Cascavel-pm] TRADUCAO: dica de link

Nilson Santos Figueiredo Junior acid06 em gmail.com
Terça Março 7 12:03:39 PST 2006


On 3/7/06, Alceu R. de Freitas Jr. <glasswalk3r em yahoo.com.br> wrote:
> Nilson, não existe a menor procedencia nisso que você
> está falando. Se isso fosse verdade, filmes
> norte-americanos receberiam legendas com "filho da
> p¨%$#!" ao invés de "filho da mãe".

Não que eu tenha entendido qual a relação existente entre isso e o que
eu disse mas... bons filmes normalmente têm legendas apropriadas.

> Mas sítio é usado tanto quanto site. SE formos usar
> site, colocamos em itálico. Pronto! Não estou dizendo
> para sermos xenofóbicos!

Bom, então Belo Horizonte deve ser um lugar muito estranho pois fazem
pelo menos uns 2  meses que não escuto uma pessoa sequer falar em
"sítio". Na verdade, a última vez que eu ouvi foi quando eu estava
discutindo isso com um colega de trabalho que defende essas traduções.
Ele falava "sítio".

> Mas isso faz parte da cultura deles, não nossa!

O que é a cultura deles? O que é a nossa?

> Comprar um iPod aqui seria uma burrice, além do mais!

Isso é você quem está dizendo. ;-)

> Mas isso é ponto pacífico, do mesmo jeito que gilete
> para lâmina de barbear. Mas isso foi disseminado por
> aqui, não lá. "Debuggar" é o meio "nas coxas" de dizer
> depurar. Agora me diga, você vai me dizer que o meio
> mais fácil de fazer alguém aprender Perl dizendo
> "workaround" ou "quebra-galho"?

Quebra-galho não tem o mesmo sentido de work-around.

Um quebra-galho é algo visto como uma solução temporária e rápida,
para resolver aquilo logo e depois se preocupar. Um work-around é uma
forma de contornar uma limitação arbitrária de algo.

Um exemplo de um work-around em torno de alguma limitações do Windows
são os ithreads do Perl, que de forma nenhuma são um quebra-galho.

> Por que nossos índios (ainda) não foram todos
> dizimados e ainda lhes resta alguma cultura?

Nossos índios não foram dizimados por que nem lutar por sua própria
terra eles se deram ao trabalho. Até os índios brasileiros eram
acomodados. E é natural que eles fossem assim. No Brasil não existiam
muitas dificuldades para os povos primitivos como em outros
continentes. Não existiam invernos rigorosos nem falta de água ou
alimentos, no meio das florestas tropicais eles tinham tudo
praticamente de mãos dadas.

Alguns poucos povos foram guerreiros e esses poucos foram dizimados.

Os índios norte-americanos foram temidos pelos imigrantes ingleses,
eram bravos e lutavam defendendo o que era seu. Por isso foram
dizimados, mas não ficaram "em cima do muro". Esse meme existe nas
idéias americanas até os dias de hoje. Um exemplo simples disso é
observar os nomes de helicópteros de guerra americanos: Apache,
Comanche e por aí vai.

Não é nenhum mérito brasileiro ou demérito americano os índios
sobreviverem ou não; é apenas conseqüência da situação presenciada.

> Não é questão de permitido ou não... se você anda
> lendo demais Info Exame e falando demais sobre budget,
> press release e dizendo meeting... você está
> esquecendo da sua própria cultura para passar a usar
> outra. Eu não acho que para ensinar Perl eu tenha que
> usar neologismos ou uma porção de termos em inglês,
> como Java gosta de fazer? É chique falar deployment ao
> invés de dizer entrega! Já foi assim com o francês a
> décadas atrás.

"Press release" não possui uma tradução satisfatória.
"Deployment" não é entrega, é implantação.

"Budget" e "meeting" realmente são usos gratuitos e sem muito sentido
(mas quem sou eu para julgar).

E do francês vieram centenas de palavras que usamos hoje como
"garçom", por exemplo.

> O maior problema de fazer isso é contribuir para que
> pessoas assumam o padrão de vida dos EUA e comecem a
> virar consumistas de plantão... é tudo o que a terra
> do tio Sam mais gostaria de ver.

Independentemente de ser um padrão de vida bom ou não, um fato é
certo: o padrão de vida de lá está ordens de grandeza acima do nosso.
Obviamente uma sociedade onde a liberdade é maior *de verdade* (e não
só nas palavras, como cada vez mais acontece nos USA) como em países
do norte europeu se aproxima muito mais do ideal. Mas se o Brasil
chegasse a algo parecido com o nível do USA eu já me daria por
satisfeito: já teria superado (e muito) as minhas expectativas.

-Nilson Santos F. Jr.


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