Re: [Cascavel-pm] Porque o Perl é de certa forma esquecido no Brasil?

Lorn lorn.br em gmail.com
Terça Fevereiro 21 05:00:43 PST 2006


Esqueci de uma coisa
Acho que esse email do Breno deveria ser um pouco ajustado ( ou não ) e
colocado no site, na area de "O que é perl" ou coisas do genero.

On 2/21/06, Lorn <lorn.br em gmail.com> wrote:
>
> Caramba!
> Quanta historia que eu não conhecia sobre Perl :D
>
> On 2/21/06, Breno G. de Oliveira <breno em clavis.com.br > wrote:
> >
> > Nilson Santos Figueiredo Junior wrote:
> > > On 2/20/06, João Gabriel < jamorreu em gmail.com> wrote:
> > >
> > >>Claro que há esforços para divuga-lo no Brasil, mas a minha
> > curiosidade é:
> > >>porque ele não é tão popular quanto um Java ou um PHP?
> >
> > Oi JG, vou tentar responder sua pergunta do meu ponto de vista logo
> > abaixo...
> >
> > >>*Já vi membros aqui la lista falarem que pessoas que não sabiam
> > >>programar em Perl divulgaram fatos errados sobre a linguagem... isso é
> >
> > >>verdadeiro?
> > >
> >
> > Sim, é verdade. Eu mesmo fiz (e ainda faço) um grande trabalho não tanto
> > de evangelização, mas de conscientização dentro da minha universidade.
> > Muitos professores foram da escola C/Pascal, e agora com a Internet,
> > ficam siderizados com o poder do Java, que ao mesmo tempo em que
> > introduz a eles o conceito de OO e interação com o usuário via web,
> > possui uma sintaxe tão familiar, com a mesma estrutura que prende o
> > programador às regras da linguagem, quanto suas línguas nativas. Dizem
> > que chega uma idade em que as pessoas dificilmente aprendem idiomas
> > novos, e isso também se aplica a linguagens de programação. Perl dá a
> > eles liberdade para fugir da forma, ou melhor, a ater-se a sua própria
> > forma com todo o poder que desejar, e isso costuma assustar. Daí vem
> > aquela história de que as pessoas temem o que não compreendem, e por
> > isso tanta opinião negativa sobre Perl, EMHO.
> >
> > Eu sou um dos que menos concorda com a idéia de que falta uma grande
> > empresa por trás do Perl, mas veja só: um programador acostumado com a
> > boa e velha sintaxe de C e Pascal de repente vê uma empresa como a Sun,
> > que ele confia há anos, dizendo pra ele: "essa minha linguagem aqui eu
> > garanto que é boa, e vai trazer pra vc todas as vantagens da programação
> > orientada a objetos aliada a portabilidade e funcionalidades web! E
> > mais, é suficientemente parecida com as linguagens que vc já sabe, então
> >
> > sua curva de aprendizado será menor (o que não necessariamente é
> > verdade, mas é o que eles ouvem). Que tal? Todo mundo já está se
> > adaptando. Vcs estão prontos para o futuro?". O mesmo discurso vale para
> > um gerente de projetos.
> >
> > Daí vem um aluno (da universidade) ou estagiário (da empresa) e diz:
> > "tem uma linguagem legal que dá pra fazer um monte de coisa! quer ver?"
> > e quando o chefe/professor finalmente tem a paciência para ver (quando
> > tem), o guri mostra logo todas as coisas legais como oneliners que
> > codificam e decodificam em RSA, o "camel code", e talvez até alguns
> > golfes ou obfu's. "Legal, mas isso é coisa de doido, não dá pra levar a
> > sério!" é o que a maioria pensaria se fosse pego com essa abordagem. A
> > primeira impressão é a que fica, e infelizmente EMHO os programadores
> > Perl ficam tão entusiasmados com as possibilidades que o Perl te dá que
> > acabam mostrando a exceção (golfe, obfu's, etc) e não a regra (programas
> > limpos, vantagens da linguagem sobre outras, poder, OO, modularidade,
> > CPAN, etc). Por mais ansiosos que fiquemos em mostrar todas as coisas
> > legais que a linguagem pode fazer, EMHO isso é coisa para fuçadores e
> > não faz propaganda positiva para gerentes de projetos e professores
> > universitários, e acaba dando ao Perl a má fama que tem hoje.
> > Pelamordedeus, não achem que eu quero acabar com obfu's, golfe ou
> > one-liners, muito pelo contrário!!! Eles são boa parte da diversão do
> > Perl e da comunidade, e são os melhores exemplos de poder e
> > flexibilidade da mesma. Só não são o melhor exemplo para professores
> > (preocupados com clareza, estrutura, etc) e gerentes (preocupados com
> > escalabilidade e modularidade, etc). EMHO o que falta é uma boa
> > propaganda para essas pessoas (pq, como o próprio Dave Cross costuma
> > brincar, "Perl não precisa ir atrás de programadores: bons programadores
> > cedo ou tarde encontram o Perl" ;)
> >
> > >
> > > PHP é linguagem de baixo custo pra sistemas não complexos. Só o PHP 5
> > > que começou a ser uma linguagem decente. Não surpreendentemente, quase
> > > nenhum programador de PHP sabe PHP 5.
> > >
> >
> > Complementando, pouca gente sabe, mas PHP começou como um simples
> > conjunto de scripts em Perl feitos pelo Lasmus Lerdorf em 1995 para
> > rastrear acessos a seu currículo online. Do site
> > http://www.php.net/history temos que:
> >
> > "PHP/FI, which stood for Personal Home Page / Forms Interpreter,
> > included some of the basic functionality of PHP as we know it today. It
> > had Perl-like variables, automatic interpretation of form variables and
> > HTML embedded syntax. The syntax itself was similar to that of Perl,
> > albeit much more limited, simple, and somewhat inconsistent."
> >
> > Mais de uma vez encontrei programadores PHP frustrados com algumas
> > limitações da linguagem e, quando os apresentei Perl, eles se sentiram
> > em casa. "Parece um PHP turbinado" - Mal sabem eles ;)
> >
> >
> > > Tem um artigo do Paul Graham que traz umas idéias de como uma
> > > tecnologia mal compreendida pelo mercado é a ideal para se basear uma
> > > startup. No caso dele foi utilizar Lisp para fazer um grande sistema
> > > web (que depois foi comprado pelo Yahoo e virou o Yahoo Stores).
> > >
> >
> > À título de curiosidade, o artigo chama-se "beating the averages" e pode
> >
> > ser encontrado em:
> >
> > http://www.paulgraham.com/avg.html
> >
> >
> > Curiosamente, em outro texto (gh.html), o Paul Graham diz o seguinte:
> >
> > "(statistics about) Java being the most popular language can be
> > misleading. What we ought to look at, if we want to know what tools are
> > best, is what hackers choose when they can choose freely-- that is, in
> > projects of their own. When you ask that question, you find that open
> > source operating systems already have a dominant market share, and the
> > number one language is probably Perl."
> >
> >
> > Finalmente, falando em start-ups, uma historinha sobre o Yahoo: o David
> > Filo (co-fundador do Yahoo) enviou uma mensagem ao Larry Wall pouco
> > antes do Yahoo entrar no mercado de ações. Ele disse que o Yahoo nunca
> > teria nem começado sem o Perl, e que como uma forma de retribuição ele
> > queria saber se o Larry não estaria interessado em comprar algumas ações
> >
> > baratinhas do Yahoo antes da oferta pública inicial (IPO). Embora ganhar
> > dinheiro nunca tenha sido uma ambição do Larry, ele aceitou o presente e
> > comprou algumas ações para sua filha de 14 anos, que foi o suficiente
> > para pagar toda a faculdade dela!
> >
> > Essa e outras histórias em "the joy of Perl":
> >
> > http://archive.salon.com/21st/feature/1998/10/cov_13feature.html
> >
> >
> > []s
> >
> > breno
> >
> >
> > _______________________________________________
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> > Cascavel-pm em pm.org
> > http://mail.pm.org/mailman/listinfo/cascavel-pm
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