[Cascavel-pm] para refletir
Daniel Ruoso
daniel em ruoso.com
Sexta Março 12 13:05:16 CST 2004
Olá,
Pelo que vi até agora no thread, a questão é de reserva de mercado. Não
acredito que isso faça algum sentido. A experiência vem mostrando que a
formação formal não define a competência do profissional. Mais de uma
vez conheci pessoas certificadas e graduadas que simplesmente não
possuiam a competência necessária, enquanto pessoas sem nenhuma educação
formal apresentavam uma competência bastante superior.
A certificação é, sem dúvida, um diferencial na hora da contratação de
serviços por terceiros, mas não faz nenhum sentido restringir o mercado
para aqueles que puderam ter acesso a algum tipo de certificação. Várias
pessoas trabalham na área de TI há mais tempo do que existem as
faculdades na área (em algumas cidades onde essas faculdades foram
criadas a pouco tempo).
Eu, por exemplo, trabalho na área desde 1998 e resolvi fazer faculdade
de ciências sociais (não ia ter paciência para terminar um curso de
computação), e tenho consciência de que a formação formal muitas vezes
está completamente deslocada da prática profissional. Ultimamente
estávamos tentando contratar pessoas e as faculdades simplesmente não
estão preparando profissionais competentes, e as pessoas com formação
não formal parecem bem mais preparadas.
Enfim,
é um bom debate....
sem dúvida não é perda de tempo fazer cursos, porque sem dúvida eles vão
ser um diferencial quando você estiver concorrendo com alguém que não
certificado. Mas o certificado não certifica a competência, e por isso
ele é apenas um dos elementos.
Sem contar também a questão da exclusão, porque afinal, nem todo mundo
pode dispor do $ necessário para pagar uma certificação.
daniel
Em Sex, 2004-03-12 às 15:36, Luis Campos de Carvalho escreveu:
> Nelson Ferraz wrote:
> > Luis Campos de Carvalho wrote:
> >
> >> Vamos pensar em termos de medicina:
> >> Você tomaria medicamentos receitados por um "médico" sem licensa?
> >> Você tomaria medicamentos fabricados por um "farmacêutico" sem licensa?
> >
> > Você está misturando defesa de classe com defesa do consumidor. Pelo que
> > eu entendi do seu e-mail original, o que você quer é uma proteção contra
> > a concorrência de pessoas não certificadas.
>
> (: Ficou bem expresso assim. Boa síntese, Nélson!
>
> >> Eu vejo a regulamentação da profissão e a concessão de licensas para
> >> trabalhar com TI como uma maneira de responsabilizar as pessoas por
> >> seus atos, computacionalmente falando.
> >
> > Não é preciso que a atividade esteja regulamentada para responsabilizar
> > um profissional por um serviço ruim; para isso existe o código civil, o
> > código de defesa do consumidor, etc.
> >
>
> E se as pessoas são enganadas sem o saber?
> Como 'enquadramos' um 'profissional'? Por estelionato? Como provar?
>
> Eu defendo a regulamentação pois não acredito que o consumidor
> "médio" de serviços e/ou produtos de TI não é capaz, hoje, de se
> defender. Mais ou menos como aquela Velhinha de Taubaté, que apenas
> soube que fora lesada quando chegou à delegacia e encontrou lá o sujeito
> que gentilmente lhe vendera o Viaduto do Chá, alguns dias antes...
>
> Por outro lado, se não podemos "enquadrar" um profissional por fazer
> um trabalho ruim, mas deixar o cliente satisfeito, por que $devils eu
> estudei? O enganado fui eu, que poderia ter economizado meu tempo e
> esforço para outras coisas!!
>
> Confuso, mas vendo luz no fim do túnel...
> Putamplexos!
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